quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A VERTIGEM DO SUPREMO

Retrato do Brasil - Edição n° 64
 
A VERTIGEM DO SUPREMO
Os ministros do STF deliraram: não houve o desvio de 73,8 milhões de reais do Banco do Brasil, viga mestra da tese do mensalão. Acompanhe a nossa demonstração

A tese do mensalão como um dos maiores crimes de corrupção da história do País foi consagrada no STF. Veja-se o que disse, por exemplo, o presidente do tribunal, ministro Ayres Britto, ao condenar José Dirceu como o chefe da “quadrilha dos mensaleiros”: o mensalão foi “um projeto de poder”, “que vai muito além de um quadriênio quadruplicado”. Foi “continuísmo governamental”; “golpe, portanto”. Em outro voto, que postou no site do tribunal dias antes, Britto disse que o mensalão envolveu “crimes em quantidades enlouquecidas”, “volumosas somas de recursos financeiros e interesses conversíveis em pecúnia”, pessoas jurídicas tais como “a União Federal pela sua Câmara dos Deputados, Banco do Brasil–Visanet, Banco Central da República”.
Britto, data venia, é um poeta. Na sua caracterização do mensalão como um crime gigante, um golpe na República, o que ele chama de Banco do Brasil–Visanet, por exemplo? É uma nova entidade financeira? Banco do Brasil (BB) a gente sabe o que é: é aquele banco estatal que os liberais queriam transformar em Banco Brasil, assim como quiseram transformar a Petrobras em Petrobrax, porque achavam ser necessário, pelo menos por palavras, nos integrarmos ao mundo financeiro globalizado.
De fato, Visanet é o nome fantasia da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (CBMP), responsável, no Brasil, pelos cartões emitidos com a chamada bandeira Visa (hoje o nome fantasia mudou, é Cielo). Banco do Brasil–Visanet não existia, nem existe; é uma entidade criada pelo ministro Britto. E por que, como disse no voto citado, ele a colocou junto com os mais altos poderes do País – a União, a Câmara dos Deputados e o Banco Central da República? Com certeza porque, como a maioria do STF, num surto anticorrupção tão ruim quanto os piores presenciados na história política do País, viu, num suposto escândalo Banco do Brasil–Visanet, uma espécie de revelação divina. Ele seria a chave para transformar num delito de proporções inéditas o esquema de distribuição, a políticos associados e colaboradores do PT, de cerca de 50 milhões de reais tomados de empréstimo, de dois bancos mineiros, pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia 13 de julho de 2005, menos de um mês depois de o escândalo do mensalão ter surgido, com as denúncias do então deputado Roberto Jefferson, a Polícia Federal descobriu, no arquivo central do Banco Rural, em Belo Horizonte, todos os recibos da dinheirama distribuída. Delúbio Soares, tesoureiro do PT, e Marcos Valério, um empresário de publicidade mineiro, principais operadores da distribuição, contaram sua história logo depois. E não só eles como mais algumas dezenas de pessoas, também envolvidas no escândalo de alguma forma, foram chamados a depor em dezenas de inquéritos policiais e nas três comissões parlamentares de inquérito que o Congresso organizou para deslindar a trama.
Todos disseram que se tratava do famoso caixa dois, dinheiro para o pagamento de campanhas eleitorais, passadas e futuras. Como dizemos, desde 2005, tratava-se de uma tese razoável. Por que razoável, apenas? Porque as teses, mesmo as melhores, nunca conseguem juntar todos os fatos e sempre deixam alguns de lado. A do caixa dois é razoável. O próprio STF absolveu o publicitário Duda Mendonça, sua sócia Zilmar Fernandes e vários petistas, que receberam a maior parte do dinheiro do chamado valerioduto, porque, a despeito de proclamar que esse escândalo é o maior de todos, a corte reconheceu tratar-se, no caso das pessoas citadas, de dinheiro para campanhas eleitorais. E a tese do caixa dois é apenas razoável, como dissemos também, porque fatos ficam de fora.
É sabido, por exemplo, que, dos 4 milhões de reais recebidos pelo denunciante Roberto Jefferson – que jura ser o dinheiro dele caixa dois e o dos outros, mensalão –, uma parte (modesta, é verdade) foi para uma jovem amiga de um velho dirigente político ligado ao próprio Jefferson e falecido pouco antes. Qualquer criança relativamente esperta suporia também que os banqueiros não emprestaram dinheiro ao PT porque são altruístas e teria de se perguntar por que o partido repassou dinheiro a PTB, PL e PP, aliados novos, e não a PSB e PCdoB, aliados mais fiéis e antigos. Um arguto repórter da Folha de S.Paulo, num debate recente sobre o escândalo, com a participação de Retrato do Brasil, disse que dinheiro de caixa dois é assim mesmo e que viu deputado acusado de ter recebido o dinheiro do valerioduto vestido de modo mais sofisticado depois desses deploráveis acontecimentos.
O problema não é com a tese do caixa dois, no entanto. Essa é a tese dos réus. No direito penal brasileiro, o réu pode até ficar completamente mudo, não precisa provar nada. É ao Ministério Público, encarregado da tese do mensalão, que cabe o ônus da prova. E essa tese é um horror. No fundo, é uma história para criminalizar o Partido dos Trabalhadores, para bem além dos crimes eleitorais que ele de fato cometeu no episódio. O escândalo Banco do Brasil–Visanet, que é o pilar de sustentação da tese, não tem o menor apoio nos fatos.
Essencialmente, a tese do mensalão é a de que o petista Henrique Pizzolato teria desviado de um “Fundo de Incentivo Visanet” 73,8 milhões de reais que pertenceriam ao BB. Seria esse o verdadeiro dinheiro do esquema armado por Delúbio e Valério sob a direção de José Dirceu. Os empréstimos dos bancos mineiros não existiriam. Seriam falsos. Teriam sido inventados pelos banqueiros, também articulados com Valério e José Dirceu, para acobertar o desvio do dinheiro público.
Essa história já existia desde a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Foi encampada pelos dois procuradores-gerais da República que fizeram os trabalhos da acusação, Antonio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, e transformada num sucesso de público graças aos talentos do ministro Joaquim Barbosa na armação de uma historinha ao gosto de setores de uma opinião pública sedenta de punir políticos, que em geral considera corruptos, e ao surto anticorrupção espalhado por nossa grande mídia, que infectou e levou ao delírio a maioria do STF.
Por que a tese do mensalão é falsa? Porque o desvio dos 73,8 milhões de reais não existe. A acusação disse e o STF acreditou que uma empresa de publicidade de Valério, a DNA, recebeu esse dinheiro do BB para realizar trabalhos de promoção da venda de cartões de bandeira Visa do banco, ao longo dos anos 2003 e 2004. E haveria provas cabais de que esses trabalhos não foram realizados.
A acusação diz isso, há mais de seis anos, porque precisa que esse desvio exista, pois seria ele a prova de que os 50 milhões de reais do caixa dois confessado por Delúbio e Valério são inexistentes e os empréstimos dos bancos mineiros ao esquema Valério–Delúbio, falsos e decorrentes de uma articulação política inconfessável de Dirceu com os banqueiros. Ocorre, no entanto, que a verdade é o oposto do que a acusação diz e o STF a engoliu. Os autos da Ação Penal 470 (AP 470) contêm um mar de evidências de que a DNA de Valério realizou os trabalhos pelos quais recebeu os 73,8 milhões de reais.
No site de RB é apresentado, a todos os interessados em formar uma opinião mais esclarecida sobre o julgamento que está sendo concluído no STF, um endereço em que pode ser localizada a mais completa auditoria sobre o suposto escândalo BB–Visanet. Nesse local o leitor vai encontrar os 108 apensos da AP 470 com os trabalhos dessa auditoria. São documentos em formato PDF equivalentes a mais de 20 mil páginas e foram coletados por uma equipe de 20 auditores do BB num trabalho de quatro meses, de 25 de julho a 7 de dezembro de 2005, depois estendido com interrogatórios de pessoas envolvidas e documentos coletados ao longo de 2006.
A auditoria foi buscar provas de que o escândalo existia, mas, ao analisar o caso, não o fez da forma interesseira e escandalosa da Procuradoria-Geral da República e do relator da AP 470, Joaquim Barbosa, empenhados em criminalizar a ação do PT. Fez, isso sim, um levantamento amplo do que foram as ações do Fundo de Incentivos Visanet (FIV) desde sua criação, em 2001. Um resumo da auditoria, de 32 páginas, está nas primeiras páginas do terceiro apenso (vol. 320). Resumindo-a mais ainda se 
 pode dizer que:   

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os Guaranis Kaiowás, governo Dilma, PT e STF

Quem está por dentro...

Volta e meia circulam nas redes mensagens cobrando duramente uma posição da Dilma e do PT sobre os Guaranis Kaiowás. 

Como petista que ajudou a construir esses dez anos de governo petista, em nível federal, sinto-me na obrigação de opinar sobre esse assunto.


Sobre esse assunto, é bom saber que a demarcação da Terra Indígena Arroio Korá foi homologada pelo ex-presidente Lula, em 21 de dezembro de 2009, mas, no mês seguinte, o então presidente do STF, Gilmar Mendes, concedeu uma liminar favorável a quatro fazendas que reivindicavam a área, reconhecendo o “periculum in mora” para os fazendeiros e suspendendo a homologação da reserva. 

Segundo matéria publicada no site do Tribunal em 20 de janeiro de 2010, logo após a decisão do ministro, o risco para o direito dos pecuaristas derivava entre outros fatores, de “notícias nos autos de que, com a publicação do decreto homologatório, as lideranças indígenas já se movimentam para, nos próximos dias, perpetrarem atos de ocupação das terras demarcadas”.

Depois da liminar de Gilmar Mendes, o passou a caminhar a passos lentos no STF e ainda não foi votado por todos os ministros. A morosidade da Justiça levou 170 indígenas a ocuparem a área, em agosto deste ano, onde permanecem sob o cerco de pistoleiros. 
Em setembro, a Justiça Federal de Naviraí (MS) concedeu reintegração de posse das terras aos fazendeiros, o que levou os índios a escreverem uma “carta testamento”, na qual reafirmam a disposição de resistir à desocupação. O texto, com ampla divulgação na internet, desencadeou a onda de solidariedade à etnia.
A Polícia Federal e a Força Nacional estão na área, para garantir a segurança dos Guarani-Kaiowá e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) ingressou na Justiça contestando a reintegração de posse.

Quanto ao governo Dilma
Hoje mesmo, no Valor, tem matéria com a Funai se manifestando solidária ao movimento dos Guaranis Kaiowas



Quanto ao PT, indico alguns links abaixo mostrando que temos posição e a manifestamos. 






Como se vê, tanto o PT tem clara posição sobre o assunto, como o governo fez e continua fazendo a sua parte. 
Infelizmente ainda não controlamos o STF. 
O que será possível a partir de 2013, com as novas indicações pela Dilma

Saudações socialistas
 
José Augusto Valente

domingo, 28 de outubro de 2012

Síntese da Mídia Impresa

É interessante como a Mídia Imprensa-Empresa (Udenista e golpista), usando um pseudo discurso moral, tentando passar um preocupação ética com o preenchimento dos cargos público. Pergunto: quando era a turma tucanalha/demo, como preenchiam os cargos? Quem é eleito para governar tem que ocupar os cargos com pessoas envolvidas com o projeto vitorioso nas urnas. E isso é perfeitamente o normal. Agora vêm com essa hipocrisia de dizer que o PT criou um feudo. Eles são é muito sínico, isso sim.




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Correios/ ‘feudo’ do PT – Estado traz internamente que “Estopim do escândalo do mensalão, Correios viram feudo político do PT”. Em ‘tom de denúncia’ diz que, uma das fontes do escândalo do mensalão, o aparelhamento político nos Correios continua, sete anos depois. Após passar pelas mãos do PTB e do PMDB, desalojados do comando em meio a denúncias de corrupção, a empresa virou feudo do PT, cujos líderes indicaram nomes para os principais cargos de direção. Segundo o jornal, o aparelhamento decorre também de um rearranjo institucional, que deu margem a mais apadrinhamento em cargos-chave. Mudanças feitas no Estatuto dos Correios, no ano passado, permitiram à atual diretoria nomear funcionários de outros órgãos públicos para funções técnicas e gerenciais, antes exclusivas de servidores de carreira, cujas remunerações variam de R$ 13,3 mil a R$ 18,7 mil. Com isso, petistas de outros setores da administração puderam se abrigar na estatal. O jornal diz que obteve a relação dos ocupantes desses cargos na administração central da empresa, em Brasília e que boa parte foi preenchida por militantes ou ex-militantes do PT.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

As eleições e suas consequências

por Marcos Coimbra
Quando, na noite de domingo 28, conhecermos o resultado final das eleições municipais deste ano, o PT e o governo terão muito o que celebrar. E algumas razões para olhar com preocupação para o futuro próximo.
A se considerar o que aconteceu no primeiro turno e os prognósticos disponíveis para as disputas de segundo turno, o PT termina as eleições de 2012 como o principal vitorioso. De qualquer ângulo que se olhe, são as melhores eleições municipais da história do partido.
Os indicadores são muitos. Entre os cinco partidos que melhor se saíram nas eleições anteriores, foi o único que cresceu. Enquanto PMDB, PSDB, DEM e PP reduziram, o PT ampliou o número de municípios governados por prefeitos filiados à legenda.
Com isso, manteve sua tendência de crescimento, sem interrupção, desde a fundação. Quando se levam em conta apenas as três últimas eleições, foi de 410 prefeituras em 2004 a 628 neste ano (sem incluir as 10 ou mais que deve ganhar no segundo turno).
Do lado das oposições, o panorama, ao contrário, se complicou, o que significa outra vitória para Lula e o PT.
O total de prefeitos eleitos pelo PSDB, o DEM e o PPS caiu, nos últimos 8 anos, de 1.973 para 1.088 (sem considerar o resultado do segundo turno, que não deve, no entanto, alterar muito o quadro). Em outras palavras, os três partidos ficaram com pouco mais da metade das prefeituras que tinham.
Quanto ao número de vereadores eleitos, o cenário é parecido. De novo, o PT foi o único dos grandes que cresceu de 2008 para cá: ganhou cerca de mil novos vereadores, ao passar de 4.168 para 5.182. Enquanto isso, os três principais partidos oposicionistas elegeram 2.473 a menos. Entre 2004 e 2012, os representantes petistas nas câmaras municipais aumentaram em quase 40%.
Para o que efetivamente contam, portanto, foram eleições favoráveis ao PT. Nelas, o partido reforçou suas bases municipais, com isso se preparando para melhorar o desempenho nas próximas eleições legislativas.
Sair-se bem ou mal nas disputas locais tem impacto pequeno na eleição presidencial, como ilustra o bem o caso do PMDB, o eterno campeão em termos de prefeitos e vereadores eleitos, e que não consegue sequer ter candidato ao Planalto desde 1998. Mas elas são relevantes na definição do tamanho das bancadas na Câmara, fundamentais para governar.
Há, além disso, o aspecto simbólico.
Dessa perspectiva, o resultado das eleições municipais é mais significativo onde elas são menos decisivas objetivamente. É nas capitais que se travam as “grandes batalhas”, as que despertam mais atenção e definem os “grandes vencedores”, ainda que nelas seja menor a influência dos prefeitos nas eleições seguintes.
Como algumas ainda estão indefinidas, é difícil dizer com segurança, mas parece possível que o partido se aproxime, neste ano, da melhor performance de sua história, que alcançou em 2004, quando elegeu nove prefeitos de capital.
É claro que a maior de todas as batalhas, pelas condições em que foi montado o quadro eleitoral na cidade, acontece em São Paulo. E com a provável vitória de Fernando Haddad, a eleição de 2012 será fechada com chave de ouro para o PT.
Difícil imaginar um quadro de opinião tão desfavorável como o que foi montado para o partido nestas eleições. Apesar dele, sai como principal vitorioso. No plano objetivo e no plano simbólico.
Sem que houvesse qualquer razão técnica para que o julgamento do “mensalão” fosse marcado para o período eleitoral, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu seu calendário de tal maneira que parecia desejar que ele afetasse a tomada de decisão dos leitores. Como, aliás, deixou claro o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, quando afirmou que achava “salutar” uma interferência do julgamento na eleição.
Nossa “grande imprensa” resolveu fazer do assunto o carro-chefe do noticiário. Desde agosto, quando começaram as campanhas na televisão e no ra'dio, trouxeram o julgamento para o cotidiano da população.
Quem for ingênuo que acredite ter sido movida por “preocupações morais”. Com seu currículo, a última coisa que se espera dela é zelo pela ética.
Tudo o que as oposições, nos partidos, na mídia, no Judiciário, na sociedade, puderam fazer para que as eleições de 2012 se transformassem em derrota para Lula e o PT foi feito.
Mas não funcionou.
Mais que bom, isso é ótimo para o partido. Mostra a força de sua imagem, de suas lideranças e candidatos. Mostra por que é o grande favorito a vencer as próximas eleições presidenciais.
O problema é a frustração de quem apostou que o PT perderia.
E se esses setores, percebendo que não conseguem vencer com o povo, resolvem prescindir dele? Se chegarem à conclusão que só têm caminhos sem povo para atingir o poder? Se acharem que novas intervenções “salutares” serão necessárias, pois a recente foi inócua?

COM A PALAVRA OS SENHORES MINISTROS DO STF

por  Eugenio Santos 
Em 24.10.2012   

Acabo de ler na imprensa que  começam a frutificar as  decisões tomadas pelos senhores(as)  ministros(as) do STF, com a “faca no pescoço” empunhada pelos grandes veículos de comunicação, ou como se referem alguns jornalistas, pressionados pela opinião publicada (como se falassem  em nome da opinião pública).

Os ministros do Supremo julgaram que houve compra de apoio político no primeiro mandato do governo Lula para que parlamentares votassem a favor de leis de interesse do governo. Dentre os projetos que, segundo o Supremo, foram negociados dessa forma, está a Emenda Constitucional 41/2003, a reforma da Previdência

Eis que, em decisão do dia 3 de outubro, um juiz da 1ª Vara da Fazenda de Belo Horizonte anulou os efeitos da reforma da Previdência, de 2003, balizando seu voto  na tese de que, “uma vez que a reforma só foi aprovada pelo Congresso com a compra de votos, como decidido pelo Supremo Tribunal Federal, ela é inválida, bem como seus efeitos”. O juiz Geraldo Claret de Arantes disse que “ as leis aprovadas dessa maneira têm vícios de decoro parlamentar”.

Percebemos, então, que o polêmico julgamento da Ação Penal 470 começa a render  seus frutos em virtude das teses defendidas pelo douto tribunal o que, provavelmente irá  gerar um “clima”  de Insegurança Jurídica.

O juiz em questão determinou o reajuste no pagamento de pensão de um servidor público morto em 2004, citando  na sentença a tese do ministro relator, Joaquim Barbosa, tese essa seguida pela maioria dos ministros do Supremo, de que a EC 41/2003 foi fruto não da vontade popular representada pelos parlamentares, mas da compra de tais votos.

Fazendo referencia  à teoria dos "frutos da árvore envenenada", utilizada na jurisprudência do Direito Penal, declara que “a ’EC 41/2003 é fruto da árvore envenenada pela corrupção da livre vontade dos parlamentares, ferindo a soberania popular, em troca de dinheiro”. Segundo o referido juiz isso "destrói o sistema de garantias fundamentais do Estado Democrático de Direito".

Seguindo o raciocínio do referido juiz, observo que o mesmo, com  “coerência e lógica republicana”, se baliza pela jurisprudência recém firmada pelo STF e, considera que tais leis devem ser mesmo anuladas, assim como seus processos.  Em virtude disso o juiz Claret, sentencia que  “tudo que foi aprovado tem vício de origem” daí que,  como foi aprovada com  votos comprados,  deve ser anulado por fraude e incorrendo em inconstitucionalidade”.

Internauta,  não me lembro em que site, afirma que,  inclusive “ a nomeação do ministro Joaquim Barbosa, deveria ser considerada sem  efeito, visto que teve seu nome aprovado pelo mesmo legislativo que aprovou a Reforma Previdenciária”.

Outro internauta afirma que: “Se nos governos  do PT tudo é comprado, então as nomeações dos Ministros do STF indicados pelo PT são nulas pois foram aprovadas por senadores comprados.

Cabe lembrar que 8 (oito) foram os  ministros indicados pelos governos petistas (Lula e Dilma) tachados  de "quadrilheiros delinquentes" e comparados (nós petistas) a membros de facção criminosa assemelhada ao PCC e ao CV.

Daí podemos inferir que, ou os doutos ministros entregam suas funções ou então,  o próprio julgamento deverá ser considerado nulo em virtude de o STF está formado por ministros sem  legitimidade e portanto com nomeações passíveis de nulidade.

Como o STF vai resolver esta questão?

Os pressupostos que balizaram esse julgamento só vale para esta Ação Penal?

Se assim for podemos considerar um julgamento de exceção, realizado consequentemente por um tribunal  de exceção ?

Tribunal este, Ilegítimo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O SILÊNCIO DO POVO

(Vá às urnas, Ministro!)
Raul Longo

Dos anos da ditadura militar restaram-me silêncios inesquecíveis. Primeiro foi o silêncio das ruas do bairro onde, ainda menino, morava com meus pais. No rádio falava-se em revolução, mas ao invés de exaltações o que vi e ouvi nas ruas foi um grande silêncio temeroso, contrastando com galhofas e pegadinhas tradicionalmente empregadas em todo 1º de Abril de anos anteriores a 1964.
Um silêncio não sem razão, pois além de não ter graça nenhuma a mentira pregada naquele 64 durou ¼ de século em que calou muitos outros silêncios que até hoje ecoam em meus ouvidos pela lembrança de vozes que nunca mais ouvirei. Eram vozes queridas e mesmo as que sobreviveram nunca mais voltaram a ser tão alegres e desinibidas. Algumas até se tornaram irrecuperavelmente soturnas.
Depois, as mesmas rádios, as tevês, revistas e jornais falavam tanto de um milagre econômico e da obrigação de se amar o país que comecei a ouvir vozes estranhas em diversas daquelas bocas a princípio caladas. Não eram vozes naturais e soavam como reprodução mecânica das máquinas de divulgação de um progresso que eu não conseguia ver nas ruas, pois o que via eram levas de silenciosos miseráveis a constituir favelas e periferias, vindos dos interiores para construir pontes, viadutos, túneis, estradas e metrôs.
Então, bem tentei lembrar o sacrifício daqueles silenciados pela espoliação e do custo daquele duvidoso progresso financiado e em benefício de minorias nem sempre nacionais, mas que algum dia todos teríamos de pagar. E onde tocava no assunto, eu era silenciado.
Assim percorri o país, mas mais do que o silêncio que a mim impunham doíam-me aqueles outros precedidos de urros e gemidos. Os silêncios impostos pela morte, pelo desaparecimento ou pelo exílio. Quantas dessas vozes perdi por todo o Brasil!
Mas no decorrer da ditadura militar escutei dois silêncios que ainda mais me impressionaram. Um deles foi quando cheguei a um comício do “Movimento pelas Diretas Já” no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. A passarela de pedestres sob o Viaduto do Chá transformada em palanque por Teotônio Vilela, Franco Montoro, Ulisses Guimarães, Mário Covas, Brizola, Fernando Henrique Cardoso e outros mais.
Sobre o viaduto e de um lado a outro do amplo vale, desde a Av. São João até o início da Av. 9 de Julho, a maior multidão que até então eu já vira reunida. Ouvimos o Lula dizer que se algum daqueles da passarela aceitasse mais uma eleição indireta no Brasil, estaria traindo a todos nós que ali escutávamos não somente ao líder sindical, mas a todos demais políticos num silêncio oceânico. Um silêncio impossível em tamanho agrupamento de pessoas, mas real e consistente.
De fato fomos traídos e as vozes da mídia mais tarde nos convenceram ter sido melhor assim, para depois nos empulharem com elogios a um “caçador de marajás” e, ainda outra vez, com um poliglota a nos ludibriar em diversos idiomas. Até aprendermos a ouvir em nosso silêncio, nossas próprias vozes.
Já o silêncio do povo durante a ditadura militar que recordo agora, é mais pessoal e bem anterior, quatro anos depois daquele do primeiro 1º de Abril silencioso que experimentei na vida. Não lembro o mês exato em que se deu, mas recordo vivamente quando a cavalaria entrou na Praça da Sé em meio ao nosso protesto contra o acordo MEC-USAID que, conforme prevíramos, trouxe o sistema de educação pública do Brasil ao estado calamitoso a que chegou.
Dispersamos e como muitos outros me enfiei pela Rua Direita com o galope dos cavalos atrás. A intenção era me meter nas Lojas Americanas, aproveitando a saída para a Rua José Bonifácio do outro lado para dali alcançar algum ponto de menor concentração policial. No entanto, uma multidão encostada às grandes portas do magazine impedia a entrada.
Não havia tempo para pensar e me joguei no meio das pessoas, mas não foi preciso empurrá-las porque me abriram espaço tão imediatamente quanto o fecharam. No último segundo algo dolorido me desequilibrou, ainda assim varei aquele estreito vão pelo recuo aos lados da densa cortina de gente e, na dor e no susto do outro lado, num instantâneo olhar atrás, já me levantando depois de cair no piso da loja, só vejo as costas de homens e mulheres num severo silêncio ressaltado pelo tinir irritado dos cascos do cavalo sobre o asfalto da rua. Se não me falha a memória a Rua Direita ainda não era calçada de pedras, mas já exclusiva aos pedestres.
Mais tarde, pela imagem de chapa de raio-X, um médico me advertiu sobre os dias em que me seria dificultoso e dolorido respirar e dormir, por causa de uma costela trincada. Fiquei imaginando o esforço do soldado da PM a se dobrar sobre o cavalo na tentativa de me derrubar com sua “Fanta”, como então se apelidou um cassetete mais extenso por analogia com o único refrigerante de litro então comercializado.
Evidente que não há nada de refrescante numa lambada de cassetete, mas a cada ardor da primeira trinca de ossos em meus ouvidos ecoava o orgulho por aquele silêncio da multidão a afrontar e barrar a afoiteza do cavalo. Naquele silêncio muitas vezes me compenetrei do sentido dos tantos demais silêncios muito mais sofridos de meus companheiros dos tempos da ditadura.
Hoje ouço o tropel efusivo da mídia pela condenação daqueles que sempre lutaram contra tantos outros acordos espúrios e lesivos à pátria, como antes ouvia os mesmos veículos de informação e jornalistas silenciarem-se a estes acordos. Fosse à ditadura, aos tempos do “Caçador de Marajás” que a própria mídia nos levou a eleger ou à era do poliglota fraudulento.
Mas também ouço o silêncio da multidão gritado nos resultados do primeiro turno destas eleições municipais e das pesquisas do segundo a se realizar no próximo domingo.
Ouço as acusações de entidades e organismos que se calaram aos tantos crimes contra o país, engavetados por quem deveria apontá-los e absolvidos pelos que devendo condenar se resumiram em sentenças de pena de férias em Miami, Paris, Roma ou qualquer outro nicho turístico internacional.
Ouço os pronunciamentos dos mesmos Ministros da Suprema Corte que viabilizaram a fuga de escroques e estupradores, agora fundamentados em indícios, indisposições e ilações de personagens comprovadamente desqualificados.
Pergunto-me como se comportarão esses mesmos juízes quanto aos documentos e provas reproduzidas no livro de maior vendagem da história de nossa literatura: “A Privataria Tucana”. Como se pronunciarão e a que condenarão os acusados pelo mesmo crime de Caixa 2 praticado a cada eleição por todos os partidos políticos do país?
Ouço também um eco recente da voz do Ministro Joaquim Barbosa desafiando seu colega Gilmar Mendes a ir às ruas. Então Barbosa se referia ao burburinho contra a leniência de Mendes aos crimes financeiros do megaespeculador Daniel Dantas, financista dos projetos do anterior governo neoliberal.
Por fim, me pergunto: com qual silêncio as ruas receberão os magistrados brasileiros se mais uma vez comprovarem o acentuado e vergonhoso desnível da balança do Poder Judiciário Brasileiro?
Barbosa apostou no alarido das ruas contra Gilmar Mendes, mas ao contrário de outros povos é em silêncio que o brasileiro tem comprovado a ilegitimidade e destituído poderes abusivos e inaptos.
Vá às urnas, Ministro!



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Aconteceu na Islândia



A negativa do povo da Islândia a pagar a dívida que as elites abastadas tinham adquirido com a Grã Bretanha e a Holanda gerou muito medo no seio da União Europeia. Prova deste temor foi o absoluto silêncio na mídia sobre o que aconteceu. Nesta pequena nação de 320.000 habitantes a voz da classe política burguesa tem sido substituída pela do povo indignado perante tanto abuso de poder e roubo do dinheiro da classe trabalhadora. O mais admirável é que esta guinada na política sócio-económica islandesa aconteceu de um jeito pacífico e irrevogável. Uma autêntica revolução contra o poder que conduziu tantos outros países maiores até a crise atual.
Este processo de democratização da vida política que já dura dois anos é um claro exemplo de como é possível que o povo não pague a crise gerada pelos ricos.

Mais informações: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/25002/o+plebiscito+islandes+e+o...

Síntese da MIDIA IMPRESSA

A Globo (lider do PIG) foi ao êxtase ontem no JN. Até as vésperas das eleições vão  abrir espaço para o palanque da oposição
Valério/pena acima de 11 anos – Jornais de circulação nacional dão manchetes para pena dada a Marcos Valério no julgamento do mensalão pelo STF. Estado, “Condenação de Valério já soma 11 anos”. Diz que o operador do mensalão foi apenado pelo STF a pelo menos 11 anos e 8 meses por três dos crimes pelos quais foi condenado – corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha. Ele também foi multado em R$ 979 mil. Diz que a pena ainda será aumentada, pois outros crimes não entraram na pauta. Jornal diz que a sistemática adotada ontem deve atrasar o fim do julgamento, previsto anteriormente pelo relator, Joaquim Barbosa, para esta semana. Jornal frisa que, “com isso, somente depois do segundo turno das eleições o tribunal definirá a pena imposta ao ex-ministro José Dirceu”. Folha, “STF define que Marcos Valério irá para a cadeia”. Globo, “Valério já pega 12 anos de cadeia em regime fechado”. Noticia também que ministros decidem ainda absolver réus nos sete casos de empate. Com isso, os ex-deputados Paulo Rocha e João Magno, além do ex-ministro Anderson Adauto, saem do julgamento sem condenações, pois não foram punidos por nenhum outro crime. Correio, “Crime, castigo e popularidade”. Esta, em referência a Barbosa, que recebeu homenagem de estudantes no Iesb, posou para fotos e deu autógrafos. Valor registra na capa que “Valério terá pena acima de 11 anos”. Valor diz que, acima de oito anos, os réus devemCondenação de Valério já soma 11 anos”. Diz que o operador do mensalão foi apenado pelo STF a pelo menos 11 anos e 8 meses por três dos crimes pelos quais foi condenado – corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha. Ele também foi multado em R$ 979 mil. Diz que a pena ainda será aumentada, pois outros crimes não entraram na pauta. Jornal diz que a sistemática adotada ontem deve atrasar o fim do julgamento, previsto anteriormente pelo relator, Joaquim Barbosa, para esta semana. Jornal frisa que, “com isso, somente depois do segundo turno das eleições o tribunal definirá a pena imposta ao ex-ministro José Dirceu”. Folha, “STF define que Marcos Valério irá para a cadeia”. Globo, “Valério já pega 12 anos de cadeia em regime fechado”. Noticia também que ministros decidem ainda absolver réus nos sete casos de empate. Com isso, os ex-deputados Paulo Rocha e João Magno, além do ex-ministro Anderson Adauto, saem do julgamento sem condenações, pois não foram punidos por nenhum outro crime. Correio, “Crime, castigo e popularidade”. Esta, em referência a Barbosa, que recebeu homenagem de estudantes no Iesb, posou para fotos e deu autógrafos. Valor registra na capa que “Valério terá pena acima de 11 anos”. Valor diz que, acima de oito anos, os réus devem iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. Folha, internamente, noticia que “Relator comete erros ao definir penas e é corrigido por colegas”. Matéria diz que equívocos do ministro devem levar a embargos declaratórios pelos advogados de defesa. Estado, internamente, noticia que “Barbosa faz confusão sobre punições e réus”. Globo na capa destaca que “Joaquim venceu 70% dos embates” com o colega revisor, Ricardo Lewandowski. Prisioneiros políticos – Globo cita na capa posição do ex-ministro Paulo Vanucchi, que condenados do partido serão prisioneiros políticos. Folha, internamente, reporta que “Genoíno diz não se sentir condenado e critica Supremo”, que comparou ao “Poder Moderador” dos tempos da monarquia brasileira. Estado, “Genoíno fala em ‘viés autoritário’ de nova condenação”. Globo, internamente, informa que “Amigos de Dirceu articulam reação política”. Em outra retranca, Globo diz que,“segundo especialistas”, pena de Dirceu é de, no mínimo, 26 meses. Folha anota que “JN dedica quase 20 minutos a balanço do julgamento”. Editorial de O Globo, “Marco histórico em defesa do estado de direito”. Do Estado, “O fim de um tabu”. iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. Folha, internamente, noticia que “Relator comete erros ao definir penas e é corrigido por colegas”. Matéria diz que equívocos do ministro devem levar a embargos declaratórios pelos advogados de defesa. Estado, internamente, noticia que “Barbosa faz confusão sobre punições e réus”. Globo na capa destaca que “Joaquim venceu 70% dos embates” com o colega revisor, Ricardo Lewandowski. Prisioneiros políticos – Globo cita na capa posição do ex-ministro Paulo Vanucchi, que condenados do partido serão prisioneiros políticos. Folha, internamente, reporta que “Genoíno diz não se sentir condenado e critica Supremo”, que comparou ao “Poder Moderador” dos tempos da monarquia brasileira. Estado, “Genoíno fala em ‘viés autoritário’ de nova condenação”. Globo, internamente, informa que “Amigos de Dirceu articulam reação política”. Em outra retranca, Globo diz que,“segundo especialistas”, pena de Dirceu é de, no mínimo, 26 meses. Folha anota que “JN dedica quase 20 minutos a balanço do julgamento”. Editorial de O Globo, “Marco histórico em defesa do estado de direito”. Do Estado, “O fim de um tabu”.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Síntese da MIDIA IMPRESSA

Um resumo das notícias da impressa Golpista sobre o julgamento (tribunal de exceção) da AP 470 e as eleições. Até o STF virou palanque.

Mensalão/formação de quadrilha/condenações – Jornais de circulação nacional e Correio dão manchetes para condenação do ex-ministro José Dirceu e outros nove réus no processo do mensalão por formação de quadrilha. Estado, “Supremo condena Dirceu por formação de quadrilha”. Reporta que o STF concluiu ontem a votação sobre os crimes do mensalão, confirmando a denúncia da Procuradoria-Geral da República, apresentada em 2006, segundo a qual o ex-ministro José Dirceu “era chefe de quadrilha montada para comprar apoio político no primeiro mandato do ex-presidente Lula” por seis votos a quatro. Informa que a margem apertada do placar dá direito aos condenados de utilizar o recurso do embargo infringente, que, se aceito, obriga o Supremo a fazer uma nova avaliação do caso. Noticia que, com a conclusão da fase de votação, 25 réus foram condenados. Folha, “STF condena Dirceu e cúpula do PT por formação de quadrilha”. Lembra que, entre os considerados culpados pelo mesmo crime estão o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério e Kátia Rabello, controladora do Banco Rural. Globo, “STF condena quadrilha e agora só falta a pena”. Jornal lembra que há três casos de empate, tema que os juizes debaterão a partir de hoje, assim como a definição da pena que caberá a cada um. Jornal destaca que, para o ministro Celso de Mello, o processo foi "um dos episódios mais vergonhosos da história política de nosso país" e revelou "um grupo de delinquentes que degradou a atividade política transformando-a em plataforma de ações criminosas". Correio, “Quadrilha do mensalão é condenada pelo STF”. Valor chama na capa que “STF decide que mensalão foi quadrilha”. Folha, internamente, destaca que “Dirceu afirma que decisão representa risco à democracia”. Globo, internamente, “Dirceu critica decisão do STF: ‘Nunca fiz parte nem chefiei quadrilha’”. Estado destaca internamente que “Dirceu vai recorrer de condenação ao próprio Supremo”. Folha traz foto de capa que registra encontro no domingo entre Dirceu e militantes do movimento estudantil de 68. 


Eleição-SP/Haddad/saúde – Folha diz na capa que “Haddad atacou gestão de saúde que defende na sua campanha”. Segundo o jornal, quando pré-candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) gravou vídeo em que ataca a "a privatização da gestão" da saúde, em referência ao modelo das OSs (organizações sociais). Afirma que agora, na campanha, tem dito que manterá o sistema. Registra que, segundo a assessoria de Haddad, a intenção dele é manter sob gestão pública os três novos hospitais que prometeu. Folha, internamente, noticia que “Justiça proíbe sátira de Haddad feita pela campanha de Serra”, em referência ao jogo online “Angry Haddad”. Em outra retranca interna, Folha diz que, “Por façanha inédita, PT se alia à direita em Guarulhos”. Globo noticia internamente que “Haddad conquista o apoio de 20 entidades evangélicas”. Estado, internamente, diz que “Cartolas dão apoio a Haddad em troca de permuta de dívida”. Em editorial “O levantador de postes”, Estado se rende à capacidade do ex-presidente Lula de cunhar frases de efeito. Diz contudo que “o teste dos testes” se dará na eleição em SP.
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dilma, Haddad e Pochmann: As novas caras do PT e do Lulismo!

 por Marcos Doniseti!
 
Dilma e Pochmann, junto com Haddad, representam as novas caras do PT e do Lulismo, que estão recuperando o voto da classe média para o partido.
Nesta eleição municipal, as novas caras do PT e do Lulismo (Haddad e Pochmann, principalmente) conseguiram atrair a classe média, que havia abandonado o partido nas eleições presidenciais de 2006 e de 2010!
Os resultados desta eleição municipal mostraram, entre outras coisas, as  consequências radicalmente distintas das diferentes estratégias políticas adotadas pelos dois principais partidos políticos brasileiros: PT e PSDB. 
Nos últimos anos o PSDB procurou reforçar a sua política, que já vem desde 2003, e que é a de, basicamente, promover uma crescente escandalização da atividade política, explorando os casos de supostas irregularidades que ocorreram no governo Lula e no governo Dilma. Já o PT escolheu um caminho distinto, procurando reforçar as políticas de inclusão social iniciadas no governo Lula (casos do Bolsa-Família, do Luz Para Todos e do ProUni). 
Porém, o presidente Lula e Zé Dirceu perceberam, já há algum tempo, o  virtual esgotamento desse confronto e decidiram apostar na renovação e na atualização das políticas sociais defendidas e adotadas pelo PT a partir de 2003 e que passaram a ser conhecidas pela denominação de Lulismo. 
Enquanto isso, nesta eleição, o PSDB ficou preso ao mesmo discurso direitista e retrógrado de sempre, de origem lacerdista e udenista e que pode ser resumido numa única palavra: mensalão. Além disso, o partido dos tucanos também procurou agir no sentido de procurar inviabilizar o governo Lula e, agora, o governo Dilma. 
Um caso que ilustra  bem essa equivocada estratégia política (e que também é incoerente e hipócrita) do PSDB, e que é liderada por FHC, foi o  caso da  extinção da CPMF. 
No blog do Nassif, um participante do mesmo postou um vídeo no qual o então presidente FHC defendia, em uma reunião com vários outros governantes, a criação de uma CPMF global com o objetivo de combater a especulação financeira maluca e  totalmente irracional que havia tomado conta economia mundial. 
E o então presidente dos EUA, Bill Clinton, deu o maior esculacho no FHC.
Mas a verdade é que o tucano estava certo ao cobrar a criação de uma CPMF global. Porém, esta não foi adotada e isso colaborou para o estouro, em 2007-2008, da crise econômica-financeira-social global atual, e que é a mais grave enfrentada pela economia mundial desde a Grande Depressão dos anos 1930. 
Se os governantes dos países ricos tivessem adotado a proposta do tucano, a crise atual não seria tão intensa e nem duraria tanto tempo, pois os recursos arrecadados com a cobrança dessa CPMF global poderiam estar sendo utilizados para combater esta crise. 
Agora, o oportunismo e a mesquinhez de FHC ficam claros quando, internamente, ele mesmo comandou o processo político que resultou na extinção da CPMF aqui no Brasil, com o mero objetivo de enfraquecer e de inviabilizar o segundo mandato de Lula, a fim de permitir o retorno dos tucanos ao poder em 2010. 
Logo, o mesmo FHC que tomou a iniciativa de propor a criação de uma CPMF global, ajudou a acabar com a CPMF tupiniquim. Aliás, esta possuía inúmeras virtudes e justamente por isso é que ela foi extinta. 
Entre estas virtudes, tínhamos:
1) Era o único imposto que os mais ricos não conseguiam sonegar, pois ela era cobrada direto na fonte, ou seja, nas movimentações financeiras feitas por pessoas físicas e jurídicas; 
2) Tinha um baixíssimo custo para ser cobrada e fiscalizada pois não era - como ICMS e IR - um imposto declaratório - que poder ser facilmente sonegado. Não era preciso preencher nenhum papel e nem criar todo um aparato burocrático, com milhares de funcionários,  para ser fiscalizada e cobrada; 
3) Permitia identificar os sonegadores de impostos pelo valor que eles movimentavam no mercado financeiro, comparando-o com o valor que as pessoas, físicas e jurídicas, declaravam a respeito do seu faturamento e do seu lucro;
4) E ainda financiava ajudava a financiar a Seguridade Social brasileira (que reúne Saúde Pública, Previdência Social e Assistência Social, incluindo o Seguro-Desemprego). 
Mesmo assim, FHC liderou o movimento (do qual participavam a Fiesp e a Febraban, além do PSOL, é claro, que é um notório adepto do 'quanto pior, melhor') que resultou na extinção da CPMF.

Dilma e Haddad: quadros técnicos qualificados que se revelaram líderes políticos sérios e competentes, atraindo  o eleitorado de classe média para o PT.
Deve-se a esse tipo de postura, totalmente hipócrita e incoerente, por parte de FHC, o fato de que Sérgio Motta dizia para que ele 'não se apequenasse'. 
Ele dizia isso porque conhecia, e muito bem, a alma de FHC. 
Mas o fato é que FHC se apequenou e, agora, ele colhe o que plantou e vê o partido que ajudou a fundar caindo pelas tabelas, sofrendo derrotas fragorosas em SP, MG, PR e GO, que são os quatro estados mais importantes governados pelo PSDB. 
Assim, o PSDB sai enfraquecido desta eleição municipal para enfrentar a eleição estadual e presidencial de 2014 e se perder o controle destes 4 estados daqui a dois anos, já era, acabou, será o fim do partido. Afinal, foi o controle de governos de estado importantes como esses que permitiu ao PSDB sobreviver mesmo depois que foi derrotado três vezes seguidas, pelo PT, em eleições presidenciais. 
E tudo isso aconteceu porque FHC se apequenou. 
Ele procurou inviabilizar o governo Lula, nunca combateu o discurso pseudo-moralista adotado por Serra na eleição presidencial de 2010 (explorando questões morais e religiosas de forma demagógica a fim ganhar a eleição a qualquer preço) e, agora, em 2012, não tentou impedir que Serra se tornasse o candidato do PSDB à prefeitura da capital paulista. Somente o governador Alckmin resistiu à mais essa tentativa fracassada de Serra, mas FHC não o ajudou em nada e, daí, Serra conseguiu vencer as prévias tucanas e tornar-se o candidato do PSDB, novamente, à prefeitura da capital paulista. E isso aconteceu mesmo com a candidatura de Serra tendo sido rejeitada por 48% dos tucanos nas prévias. 
Um líder político mais forte e ousado teria dito a Serra, naquele momento, que a votação dele nas prévias mostrava, claramente, que ele dividia o partido e que isso iria resultar em mais uma derrota do PSDB. Como o ex-presidente FHC não fez nada disso, Serra conseguiu fazer valer a sua força interna e se tornar o candidato tucano à prefeitura de São Paulo.
Enquanto isso, o presidente Lula soube lutar contra as adversidades, tantos as pessoais, como o câncer que foi descoberto no final de 2011, como as políticas, como é o caso do atual julgamento no STF. 
Mesmo com o julgamento do STF tendo sido usado para tentar enfraquecer o PT nesta eleição, visto que o mesmo foi marcado para coincidir com toda a campanha eleitoral e as condenações de dirigentes do PT sendo feitas com base numa teoria jurídica - a Teoria do Domínio do Fato - de origem Nazista, o PT foi o partido mais votado no primeiro turno da eleição municipal em todo o país e teve um significativo crescimento no número de prefeitos (14%) e de vereadores eleitos (22%). 
Assim, o tiro da oposição e da Grande Mídia reacionária e golpista, de tentar usar o julgamento da AP 470 para enfraquecer o PT e abalar a popularidade de Lula e da presidenta Dilma, saiu totalmente pela culatra. 
Desta maneira, Lula se agigantou e teve a lucidez de perceber que o PT precisava se renovar, apresentando novas lideranças políticas ao eleitorado, a fim de não se apequenar enquanto partido político representativo das demandas populares dos segmentos mais explorados  e mais perseguidos, pelas elites retrógradas (vide o Massacre do Pinheirinho) da população brasileira. 
E nessa tarefa, de levar adiante a renovação do PT e do Lulismo, o presidente Lula não temeu sequer enfrentar a principal liderança do partido na capital paulista, que é a senadora Marta Suplicy, que ansiava por ser a candidata da legenda para a prefeitura nesta eleição. E o fato de ter feito um governo com muitas realizações e que, ainda hoje, é bem avaliado pelos paulistanos, reforçava as intenções de Marta de ser a candidata do partido na capital paulista. 
Mesmo assim, Lula bateu o pé e, mesmo contra a opinião de todos os 'analistas políticos' da Grande Mídia e de muitos dirigentes do próprio PT, apostou na renovação, conseguindo convencer os dirigentes e militantes petistas de que o ex-ministro Fernando Haddad era o nome mais indicado para vencer a eleição na maior cidade do país. 
Lula percebeu que o eleitorado desejava caras novas, com posturas e discursos diferentes daqueles usados pelos políticos mais tradicionais e já bastante conhecidos e que, por isso mesmo, estavam desgastados. 
O fato de que Celso Russomanno tenha liderado as pesquisas durante tanto tempo mostravam que a avaliação de Lula estava correta e que o desejo dos eleitores paulistanos era por nomes novos para governar São Paulo, pois os mesmos desejavam mudar totalmente as políticas adotadas atualmente pelo rejeitado e impopular governo de Serra-Kassab. 
Com isso, nesta eleição, Lula e o PT começam, agora, a colher os frutos políticos e eleitorais das suas iniciativas de renovar a cara e a mensagem do partido, processo este que se iniciou com a escolha e com a vitória de Dilma em 2010, e que continua, agora, com candidatos bem sucedidos em importantes cidades do país, como são o caso de Fernando Haddad e  de Marcio Pochmann. 
O primeiro está virtualmente eleito prefeito de São Paulo, devendo ganhar a eleição com grande vantagem sobre Serra, e o segundo cresceu muito na reta final da campanha e poderá se eleger prefeito de Campinas, que é uma das cidades mais ricas do país. 
Estes novos nomes que Lula e o PT apresentaram ao país nesta eleição conciliam a preocupação, mais do que justificada por parte da população (e que é mais forte na classe média), com a eficiência na gestão do setor público, combinando-a com a manutenção do crescimento econômico e de políticas de inclusão social e de redução das desigualdades, que é mais atraente, é claro, para os mais pobres. 
Assim, não é à toa que o governo Dilma é tão popular junto à classe média e que Haddad e Pochmann também conseguiram penetrar nesta importante segmento da população e que, hoje, segundo estudos feitos pelo economista Marcelo Neri e pela FGV, é majoritária no Brasil, reunindo cerca de 55% dos brasileiros e que poderá chegar a 60% do total até 2014. 
Em seu estudo 'Os Sentidos do Lulismo', o cientista político André Singer mostrou que Lula venceu a eleição presidencial de 2002 obtendo muitos votos na classe média mais tradicional, desencantada com o fracasso do governo FHC, mas que em 2006 ocorreu uma mudança na base eleitoral de Lula, que se reelegeu graças aos votos do eleitorado de menor renda. 
E o mesmo aconteceu com Dilma em 2010. 
Agora, vemos que a popularidade de Dilma junto à classe média é muito elevada, virtualmente empatando com a popularidade dela junto à população como um todo. 
Na capital paulista, por exemplo, segundo a mais recente pesquisa do Ibope, o governo Dilma é tido como ótimo/bom por 60% da população e na classe média esse índice é de 58%, o que está dentro da margem de erro da pesquisa. 
O candidato Fernando Haddad, por sua vez, conseguiu penetrar em segmentos importantes da classe média paulistana, atingindo elevados índices de intenção de voto entre a mesma. 
Segundo o Datafolha, parte significativa do eleitorado mais conservador paulistano vota em Haddad. Ele atinge 46% dos votos entre os eleitores conservadores da cidade, contra apenas 33% de Serra. 
E para que a candidatura de Pochmann, em Campinas, tenha crescido tanto nas últimas semanas, já estando empatado tecnicamente com Jonas Donizete (com vice do PSDB e apoiado por Alckmin), é porque ele também conseguiu penetrar no eleitorado da numerosa classe média campineira. 
Assim, há várias coisas em comum ligando Dilma, Haddad e Pochmann. 
Uma delas é que os três se tornaram bem vistos pela classe média. 
Outro aspecto em comum entre eles é que, quando foram lançados pelo PT, eles eram candidatos que nunca tinham tido nenhuma experiência eleitoral anterior. 
Outra coisa que os conecta é que eles eram, essencialmente, quadros técnicos do PT e que já haviam acumulado, antes de se tornarem candidatos, uma vasta, bem sucedida e vitoriosa experiência como administradores, como gestores da coisa pública. 
Todos eles (Dilma, Haddad e Pochmann) são egressos das Universidades (USP, Unicamp), da intelectualidade de classe média e, logo, são vistos como iguais pelo eleitorado desta mesma classe média. 
Assim, esta classe média não olha para eles (Dilma, Haddad e Pochmann) com a mesma postura de desprezo e de preconceito que  manifesta em relação aos quadros petistas que são originários dos movimentos sociais de extração popular (sem-terra, sem-teto, sindical, etc), como é o caso do próprio presidente Lula, que sempre foi vítima de discriminação pelo fato de não ter diploma universitário.
E a vasta experiência administrativa, no setor público, de Dilma, Haddad e Pochmann é bastante positiva. 
Senão, vejamos: 
Dilma foi secretária de vários governos do RS (Alceu Collares, Olívio Dutra) e, depois, ministra do governo Lula por quase 8 anos (das Minas e Energia e da Casa Civil). Haddad e Pochmann já haviam participado do governo de Marta Suplicy, em São Paulo, e depois fizeram gestões bastante elogiadas no governo federal (Haddad no MEC e Pochmann no IPEA). 
Quando Lula decidiu lançá-los na vida política-eleitoral, eles já eram, portanto, administradores experientes e bastante qualificados como gestores públicos. Eles eram novatos como políticos, mas não como administradores públicos. 
Suas candidaturas representam, portanto, uma clara mudança no perfil dos candidatos do PT. Estes, tradicionalmente, sempre vinham, de algum movimento social (sindical, estudantil, de artistas e intelectuais, sem-terra, sem-teto, feminista, LGBT, etc). 
Agora, candidatos como Dilma, Haddad e Pochmann possuem um perfil mais técnico, mas que não se descuidam das preocupações e das políticas eminentemente sociais defendidas e adotadas pelo PT, muito pelo contrário.
Livro de André Singer é essencial para se entender o fenômeno político-social  que ele chamou de Lulismo.
Na verdade, os três candidatos que simbolizam a renovação do PT e do Lulismo participaram ativamente da elaboração e da implementação de várias políticas sociais importantes como gestores públicos, incluindo aí o ProUni (Haddad), o Minha Casa Minha Vida e o Luz Para Todos (Dilma) e o Bolsa-Família (Pochmann). 
Logo, esse novo trio de lideranças políticas petistas simboliza e representa a nova cara que Lula, e também Zé Dirceu, estão criando para o partido e para o Lulismo.
Em comum, Dilma, Haddad e Pochmann combinam valores típicos de classe média (ou que são muito valorizados pela mesma), como a preocupação com a competência e a capacidade técnica como gestores públicos altamente qualificados, com as questões sociais, participando ativamente da elaboração e da implementação de políticas públicas que melhoram a distribuição de renda e diminuem as desigualdades, ao mesmo tempo que procuram atender às crescentes demandas da população por serviços públicos de qualidade nas área de saúde, educação, transportes coletivos, moradia, saneamento básico, cultura, esporte, lazer, informação, entre outras. 
De certa maneira, essa eleição municipal está representando uma espécie de renovação, de atualização, do que o cientista político André Singer denominou de 'Lulismo'. 
E essa renovação do PT e do 'Lulismo' está sendo muito bem sucedida, visto que o PT está conseguindo recuperar o eleitorado de classe média que havia votado no partido em 2002, mas que não o fizera nas eleições presidenciais de 2006 e de 2010. Nestas, foram os eleitores de menor renda os grandes responsáveis pelas vitórias de Lula e de Dilma. Agora, o PT está conseguindo atrair a classe média, novamente. 
E este fortalecimento do PT na classe média ajuda muito a explicar o  rápido enfraquecimento da trinca oposicionista radical representada pelo PSDB-DEM-PPS nesta eleição. Estes três partidos, que são os principais representantes das políticas neoliberais e que se opõem fortemente às idéias e práticas dos governos petistas em todo o país, sofreram uma forte queda nas suas votações nesta eleição, principalmente o DEM e o PPS. 
A elevada popularidade do governo Dilma, com 62% de ótimo-bom e 77% de aprovação pessoal, a virtual vitória de Haddad em São Paulo, derrotando Serra até com certa facilidade, e a crescente possibilidade de que Marcio Pochmann possa se tornar prefeito de Campinas (embora a disputa lá esteja bem mais embolada, mas a tendência do candidato petista é de crescimento) mostram que Lula e Zé Dirceu acertaram em cheio ao promover a renovação do PT. 
O que fica claro a partir desta eleição municipal é que, daqui em diante, os governantes e partidos que não defenderem e não colocarem em prática esse conjunto de idéias e de práticas políticas-administrativas (representadas e defendidas por Dilma, Haddad e Pochmann) estarão condenados a desaparecer do cenário político brasileiro. 
A estratégia tucana, de procurar inviabilizar os governos adversários (exemplificada na extinção da CPMF, que foi criada pelos próprios tucanos no governo FHC) e adotando a estratégia de promover (aliada com a Grande Mídia) uma permanente escandalização da prática política (vide o caso do 'mensalão') e de adotar uma baixaria interminável nas campanhas eleitorais (vide os casos do aborto na eleição presidencial de 2010 e dos 'kits anti-homofobia' nesta eleição paulistana) chegou ao fim e não dá mais frutos nas urnas (se é que algum dia deu). 
Portanto, ou o PSDB muda radicalmente a sua forma de fazer política, preocupando-se em elaborar um conjunto de propostas viáveis que combinem preocupações sociais com capacidade administrativa, ou então a legenda dos tucanos irá caminhar para um melancólico desaparecimento. 
E como em política (bem como na natureza e na sociedade) não existe vácuo, é claro que esses espaços deixados pelos tucanos serão ocupados por outras forças políticas organizadas.

E a julgar pelos resultados desta eleição municipal, o PT é o partido que parece estar sabendo ocupar melhor estes espaços. Outra legenda que cresceu bastante, atraindo esse eleitorado foi o PSB de Eduardo Campos, que venceu eleições em cidades importantes, como Belo Horizonte e Recife, e que também teve um expressivo crescimento em número de prefeitos e de vereadores eleitos em todo o país. 
Este me parece ser o significado da frase do presidente Lula quando o mesmo afirmou, no comício de Marcio Pochmann (realizado em Campinas, no dia 20/10/2012) que 'De poste em poste, o Brasil vai ficar iluminado'. 
Lula, Dilma e Haddad: Novas lideranças do PT renovam o partido e atualizam o Lulismo.
Logo, enquanto a energia do PSDB e dos tucanos se esvai em discursos retrógrados e de pequeno apelo popular, os novos 'postes' de Lula começam a 'iluminar' o Brasil com a sua capacidade de, ao mesmo tempo, administrar com seriedade e competência e de adotar políticas sociais de amplo alcance e que promovem uma melhoria na distribuição de renda e nas condições de vida da população, principalmente dos mais pobres. 
Abram os olhos, demotucanos, pois os 'postes lulistas' tem muito mais conteúdo e são muito mais capacitados para governar do que vocês. 

Link:
Luis Nassif: A nova oposição:
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