segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Médicos cubanos: avança a integração da América Latina!



                        “O que brilha com luz própria , ninguém pode apagar
                        Seu brilho pode alcançar a escuridão de outras costas
                        Que pagará este pesar do tempo que se perdeu....
                        Das vidas que nos custou e das que nos podem custar..
                        O pagará a unidade dos povos em questão....
                        E a quem negar esta razão, a história condenará...”

                        Canción por La Unidad Latinoamericana
                        Pablo Milanez

Por Beto Almeida
25/08/13
     
Não faltaram emoção, lágrimas e dignidade na chegada dos 176 médicos cubanos, que desembarcaram neste sábado à noite em Brasília, para um trabalho indispensável em municípios brasileiros, mais de 700, ainda sem qualquer assistência médica.  Quando aqueles cidadãos cubanos, muitos deles negros, muitas mulheres, com bandeirolas brasileiras e cubanas nas mãos, pisaram  o solo brasileiro,  ali estava o retrato do enorme progresso social, educacional e sanitário alcançado pela Revolução Cubana. Mas, também, uma prova concreta de que a integração da América Latina está avançando; não é só comércio, é também  saúde. O Brasil coopera com Cuba na construção do Complexo Portuário de Mariel  -   sua  mais importante obra de infra-estrutura  atualmente  - e Cuba coopera com o Brasil preenchendo uma lacuna imensa, a falta de médicos.

A campanha conservadora contra a integração latino-americana sofrerá um revés tremendo quando o programa Mais Médicos ,  começar a apresentar seus efeitos concretos. Esses resultados terão a força para revelar o teor medieval  das críticas feitas pelas representações médicas e pela mídia teleguiada pelos publicidade da indústria farmacêutica.

                                                             Volumosa desinformação

Tendo em vista o volume de desinformação que circulou contra a vinda de médicos estrangeiros,  mas contra os médicos cubanos em especial, é obrigatório travar a batalha das idéias, primeiramente, em defesa da Revolução Cubana como uma conquista de toda a humanidade. Cercada, sabotada, agredida, a Revolução Cubana,  que antes de 1959,  possuía os mais tenebrosos indicadores sociais,  analfabetismo massivo, mortalidade infantil indecente, desemprego e atraso social generalizado, consegue libertar-se da condição de colônia, e, mesmo sem ter uma base industrial como a brasileira, por exemplo,  e passa a exportar médicos, professores, vacinas, desportistas.Exporta, principalmente, exemplos!

Esse salto histórico da Revolução Cubana deixa desconcertada a crítica, seja  emanada pela mídia colonizada  pelas lucrativas transnacionais fabricantes de fármacos ou equipamentos hospitalares, seja a crítica oligarquia difundida pelas representações médicas. Os que questionam a qualidade da formação profissional dos médicos cubanos são desafiados a responder por que a mortalidade infantil em Cuba é das mais baixas do mundo, sendo inferior, inclusive, àquela registrada no Estado de Washington, nos EUA?


                                                          Cuba e a libertação africana


Vale lembrar que Cuba possuía, antes de 1959, pouco mais de 6 mil médicos, dos quais, a metade deixou o país porque não queria perder privilégios, nem concordava com a socialização da saúde. Apenas cinco décadas depois, é esta mesma Cuba que tem capacidade de exportar milhares de médicos para socorrer o povo brasileiro de uma indigência   grave construída por um sistema de saúde ainda determinado pelos poderosos interesses das indústrias hospitalar, farmacêutica e de equipamentos, privilegiando a noção de uma medicina como um negócio, uma atividade empresarial a mais, não como um direito, como determina nossa constituição.

Já em 1963, quando a Revolução na Argélia precisou, iniciou-se a prática de cubana de enviar brigadas médicos aos povos irmãos. Ensanguentada pela herança da dominação francesa, a Revolução Argelina encontrou em Cuba a fraternidade concreta, quando ainda não havia na Ilha um contingente médico tão numeroso como o existente atualmente. Predominou sempre na Revolução Cubana a idéia de que em matéria de solidariedade internacional comparte-se o que se  tem, não o que lhe sobra. Foi exatamente ali na Argélia que se estabeleceram laços indestrutíveis entre a  Revolução Cubana e os diversos movimentos de libertação da África. A partir daí, Cuba participou com  brigadas militares e médicas em diversos processos de libertação nacional do continente. De tal sorte que, em 1966, a primeira campanha de vacinação contra a poliomielite realizada no Congo, foi organizada por médicos cubanos! Os CRMs conhecem esta informação? Sabem que a poliomielite foi erradicada em Cuba décadas antes do Brasil fazê-lo?

       
                  Será  o Revalida capaz de avaliar a dimensão libertadora da medicina cubana?


Quando Angola foi invadida por tropas do exército racista da África do Sul, baseado nas supremas leis do internacionalismo proletário, Agostinho Neto, presidente angolano, também médico e poeta, solicita a Fidel Castro ajuda militar para garantir a soberania da nação africana. Uma das mais monumentais obras de solidariedade foi realizada por Cuba que, ao todo, enviou a Angola, cerca de 400 mil homens e mulheres para, ao lado dos angolanos e namíbios, expulsar as tropas imperialistas sul-africanas tanto de Angola como da Namíbia. E sob a ameaça de uma bomba atômica, que Israel ofereceu à  África do Sul, argumentando que as tropas cubanas tinham que ser dizimadas porque pretendiam chegar até Pretória..... Na heróica Batalha de Cuito Cuanavale  -  que todos os jornalistas, historiadores, militantes deveriam conhecer a fundo   -   lá estavam as tropas cubanas, mas lá estavam também as brigadas médicas de Cuba, que se espalharam por várias pontos de Angola. A vitória de Angola e da Namíbia contra a invasão da África do Sul,  foi também a derrota do regime do Apartheid. Citemos Mandela: “ A Batalha de Cuito Cuanavale foi o começo do fim do Apartheid.  Devemos o fim do Apartheid a Cuba!”.

Qual exame Revalida será capaz de dimensionar adequadamente o desempenho de um médico cubano em Cuito Cuanavala, com sua maleta de instrumentos numa das mãos e na outra uma metralhadora, livrando a humanidade da crueldade do Apartheid?  Como dimensionar o bem que o fim do Apartheid, com a decisiva participação cubana, proporcionou  para a saúde social da História da Humanidade?

                                                      As crianças de Chernobyl em Cuba

O sentido de solidariedade internacionalista está tão plasmado na sociedade cubana que, quando aquele terrível acidente ocorreu na Usina Nuclear de Chernobyl, em 1986,   o estado cubano recebeu, das organizações dos Pioneiros  -   que congregam crianças e adolescentes cubanos  -   a proposta de oferecer tratamento médico às crianças contaminadas pela radioatividade vazada no desastre. Um documentário realizado pelo extinto Programa Estação Ciência, dirigido pelo jornalista Hélio Doyle, exibido com freqüência TV Cidade Livre de Brasília, registra como Cuba compartilhou seus recursos médicos e hospitalares, mas, sobretudo, sua fraterna solidariedade com cerca de 3 mil crianças russas que foram levadas para tratamento na Ilha, nas instalações dos Pioneiros, em Tarará.  Destaque-se, primeiramente, que a idéia partiu dos Pioneiros. Segundo, que Cuba não se colocava na condição de doadora, mas apenas cumprindo um dever solidário. Lembravam que o povo soviético havia sido solidário com Cuba quando os EUA iniciaram o bloqueio contra a Ilha cortando a cota de petróleo e do açúcar, suspendendo o comércio bilateral, na década de 60. A URSS passou a comprar todo o açúcar cubano, pelo dobro do preço do mercado internacional, e a abastecer Cuba de petróleo, pela metade do preço de mercado mundial. São páginas escritas, em uma outra lógica, solidária, fraterna, socialista. É de se imaginar o quanto os dirigentes das representações médicas brasileiras poderiam aprender com aquelas crianças cubanas que ofertaram tratamento às 3 mil crianças russas, um contingente menor que o de médicos cubanos que virão para o Brasil?


                                                                     Impublicável

A cooperação entre Brasil e Cuba em matéria de saúde não está iniciando-se agora. Durante o governo Sarney, recém re-estabelecidas as relações bilaterais, em 1986,  foram as vacinas cubanas contra a meningite que permitiram ao  nosso país enfrentar aquele surto. Na época, a mídia teleguiada também fez uma sórdida campanha contra o governo Sarney, primeiro por reatar as relações, mas também por comprar grandes lotes da vacina desenvolvimento pela avançada ciência de Cuba.  De modo venenoso, tentou-se desqualificar as vacinas, afirmando serem de qualidade duvidosa, tal como agora atacam a medicina cubana.  Na época, foram as vacinas cubanas que permitiram controlar aquele surto e salvar vidas. Mas, também trouxeram, por meio do exemplo, a possibilidade de que aprendêssemos um pouco dos valores e das conquistas de uma revolução. Afinal, por que um país com poucos recursos, com uma base industrial muito mais reduzida, conseguia não apenas elevar vertiginosamente o padrão de saúde de seu povo, mas, também desenvolver uma tecnologia com capacidade para  produzir e exportar vacinas, enquanto o Brasil, com uma indústria muito mais expandida, capaz de produzir carros, navios e aviões,  não tinha capacidade para defender seu próprio povo de um surto de meningite? São sagradas as prioridades de uma revolução. E é por isso, que, ainda hoje, a sexta maior economia do mundo,  se vê na obrigação de recorrer a Cuba para  não permitir a continuidade de um crime social configurado na não prestação de  atendimento médico a milhões de brasileiros.

Mais recentemente, quando a Organização Mundial da Saúde convocou a indústria farmacêutica internacional a produzir vacinas para combater um tenebroso surto de febre amarela  que se espalhou pela África, obteve como resposta desta indústria o mais sonoro e insensível NÃO. Os preços que a OMS podia pagar pelas vacinas não eram, segundo as transnacionais farmacêuticas, apetitosos.  Milhões de vidas africanas passaram correr risco, não fosse a cooperação entre dois laboratórios estatais, o Instituto Bio Manguinhos, brasileiro, e o  Instituto Finley, cubano. Essa cooperação permitiu a produção, até o momento, de 19 milhões de doses da vacina que a África necessitava, a um preço 90 por cento menor que o preço do mercado internacional. Onde foi publicada esta informação?

        Apenas na Telesur e na imprensa cubana. A ditadura dos anúncios da indústria farmacêutica, que dita a linha editorial da mídia  brasileira em relação ao programa Mais Médicos e à cooperação da Medicina de Cuba, simplesmente impediu que o grande público brasileiro tomasse conhecimento desta importantíssima cooperação estatal brasileiro-cubana.


                                                  Os médicos cubanos e o furacão Katrina


Para dimensionar a inqualificável onda de insultos que os médicos cubanos vêm recebendo aqui na mídia oligárquica, lembremos um fato também sonegado por esta mesma mídia, o que revela suas dificuldades monumentais para o exercício do jornalismo como missão pública. Quando ocorre o trágico furacão Katrina, que devasta Nova Orleans, deixando uma população negra e pobre ao abandono, dada a incapacidade e o desinteresse do governo dos EUA naquela oportunidade, em prestar-lhe socorro,  também foi Cuba que colocou  à disposição  do governo estadunidense   -   malgrado toda a hostilidade ilegal deste para com a Ilha   -   um contingente de 1300  médicos ,  postados no Aeroporto de Havana, com capacidade de chegar prestar ajuda à população afetada pelo furacão. Aguardavam apenas autorização para o embarque, e  em questão de 3 horas de vôo estariam em Nova Orleans salvando vidas. Esta autorização nunca chegou da Casa Branca.  A resposta animalesca do presidente George Bush foi um sonoro NÃO  à oferta de Cuba, o que tampouco foi divulgado pela mídia oligárquica, provavelmente para protegê-lo do vexame de ver difundido seu tosco caráter,  que tal recusa representava. Os Eua estão sempre prontos para enviar militares e mercenários pelo mundo. Mas, são incapazes de prestar ajuda ao seu próprio povo, e também arrogantes o suficiente para permitir uma ajuda de Cuba à população pobre e negra afetada pelo furacão.

                                          
                                                         Uma Escola de Medicina para outros povos


Também não circulam informações aqui de que Cuba, após o furacão Mity, que devastou a America Central e parte do Caribe, decide montar uma Escola Latino-americana de Medicina, que, em pouco mais de 10 anos de funcionamento, já formou mais de 10 mil médicos estrangeiros, gratuitamente. Entre eles,  500 jovens negros e pobres dos EUA, moradores dos bairros do Harlem e do Brooklin. Eles me revelaram que se tivessem continuado a viver ali, eram fortes candidatos a serem presa fácil do narcotráfico. Frisavam que, estar ali em Cuba, formando-se em medicina, gratuitamente, era uma possibilidade que a maior potência capitalista do mundo não lhes oferecia. Há,  estudando na ELAM, cerca de uma centena de jovens do MST, filhos de assentados da reforma agrária.  Isto significa que Cuba compartilha com vários países do mundo seus modestos recursos. Também estudam lá cerca de 600 jovens do Timor Leste, sendo que existem 40 médicos cubanos trabalhando já agora no Timor. O tipo de exame Revalida seria capaz de dimensionar esta solidariedade cubana com a saúde dos povos?


                                                       Ampliar a integração em outras áreas


 Também não se divulgou por aqui,  que Cuba montou três Faculdades de Medicina na África, (Eritreia, Gambia e Guiné Equatorial),  em pleno funcionamento, com professores cubanos. Toda esta campanha de insultos contra Cuba e os médicos cubanos, abre uma boa possibilidade para discutir e conhecer  mais a fundo todas estas conquistas da Revolução Cubana, mas, especialmente, para que as forcas progressistas  reflitam sobre quantas outras possibilidades de cooperação existem entre Brasil e Cuba, em muitas outras áreas.

Mas, serve também para reavaliar a posição de certos parlamentares médicos da esquerda no Brasil que se opõe,  inexplicavelmente, ao Programa Mais Médicos, alguns chegando, ao  absurdo de terem apresentado  projetos de lei proibindo, pelo prazo de 10 anos, a abertura de qualquer novo curso de medicina no Brasil.
             
                                                    

                                                         Qualificar o debate sobre a integração


Enfim, um debate democrático e qualificado em torno do programa Mais Médicos, da presença de médicos cubanos aqui no Brasil e em mais de 70 países, e também, sobre as conquistas da Revolução Cubana, deve ser organizado pelos partidos e sindicatos, pelo movimento estudantil, pelos movimentos sociais, pela Solidariedade a Cuba, pelas TVs e rádios comunitárias, como forma de impulsionar a integração da America Latina, que, neste episódio, está demonstrando o quanto pode ser útil à população mais pobre. A TV Brasil pode cumprir uma função muito útil, pode divulgar documentários já existentes sobre o trabalho de médicos em regiões inóspitas e adversas em diversos países.

 É preciso expandir esta integração, avançar pela educação, pela informação, não havendo justificativas para que o Brasil ainda  não esteja conectado com a Telessur, por exemplo, que divulgado amplo material jornalístico informando que 3 milhões e meio de cidadãos latino-americanos já foram salvos da cegueira graças a Operação Milagro,  pela qual médicos cubanos e venezuelanos realizam, gratuitamente, cirurgias de cataratas em vários países da região. Enquanto o povo argentino, por exemplo, já  pode sintonizar gratuitamente a Telesur e informar-se de tudo isto, o povo brasileiro está impedido, praticamente, de receber informações que revelam o andamento da integração da America Latina. Mas, com a chegada dos médicos cubanos, a integração será cada vez mais pauta da agenda do debate político nacional e  receberá , certamente,  um impulso político e social, notável, pois o povo brasileiro, saberá , com nobreza e humanismo, valorizar e apoiar o programa Mais Médicos. Alias, é exatamente  isto o que tanto apavora a medicina capitalista.

                                          
                                                    Há 70 mil engenheiros estrangeiros no Brasil hoje!


Segundo dados recentes do Ministério do Trabalho, existem hoje trabalhando no Brasil cerca de 70 mil engenheiros estrangeiros. Nenhuma gritaria foi feita. Neste caso, trata-se de petróleo e outros projetos, muito lucrativos para as multinacionais. Mas, quando se trata de salvar vidas, acendem-se todas as fogueiras do inferno da nova inquisição contra uma cooperação que é lógica e indispensável, solidária e humanitária. Por que é aceitável  a importação de telefones, equipamentos médicos, remédios, cosméticos, roupas, caviar, bebidas, vacinas e não se aceita a cooperação de médicos de Cuba, sendo este o único pais  em condições  objetivas  de apresentar-se prontamente e de maneira eficaz com profissionais experimentados.  Será que as representações médicas brasileiras possuem sequer uma remota idéia de que estão proferindo insultos a esta bela história da medicina  socialista de Cuba?


                                                            Quem pagará a conta da demora?


 A presidenta Dilma tem inteira razão em convocar os Médicos Cubanos, algo que já poderia ter sido feito há mais tempo, amenizando a dor e o sofrimento de milhões de brasileiros abandonados por um sistema de saúde e por uma mentalidade de parcelas das representações médicas que, por mais absurdo que pareça, ainda tentam justificar este abandono. Aliás, com a determinação da presidenta Dilma está absolutamente revelada a importância da integração da América Latina, não havendo justificativas para que esta modalidade de integração nas esferas sociais,  não avance também para outras áreas, como a educação, por exemplo. Foi exatamente com o método cubano denominado “Yo, si, puedo”,  que Venezuela, Bolívia, Equador são países declarados pela UNESCO como “Territórios Livres do Analfabetismo”, sempre com a participação direta de professores cubanos. Muito em breve, será a Nicarágua, que vai recuperar aquele galardão, que já havia conquistado durante a Revolução Sandinista, mas depois perdeu,  na era neoliberal.  Por quanto tempo o Brasil terá apenas projetos pilotos, em apenas 3 cidades, com o método de alfabetização cubano, que, aliás, já tem absoluta comprovação e reconhecimento mundiais?  Que espera a sexta economia do mundo em  convocar ainda mais a cooperação cubana para erradicar o analfabetismo? Quem pagará a conta desta injustificável demora?

Termino com a declaração da Dra Milagro Cárdenas Lopes,  cubana, negra, 61 anos “Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”, afirmou.  Em seguida, dirigiu-se com seus companheiros para os ônibus organizados pelo Exército Brasileiro, que cuida de seu alojamento. Sinal de que a integração está escrevendo uma nova página na história da América Latina.

Beto Almeida
Diretor da Telesur                   
25 de agosto de 2013

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Boletim diário de conjuntura - FPA


 
Justiça Suíça revela que Alston pagou propina a políticos paulistasNa esteira dos escândalos da Siemens, que admitiu a formação de cartel em licitações do Metro Paulista com a anuência e eventual participação ativa de políticos tucanos, a justiça Suíça revelou que a empresa francesa Alston pagou propinas para políticos do estado de São Paulo (governado pelo PSDB) com o objetivo de vencer licitações. As investigações suíças apontam que a propina abasteceu o cofre de partidos políticos, indicando a existência de “evidências claras de suborno” e de uma “tabela oficial” de propinas pagas a autoridades públicas brasileiras. Michel Cabane, colaborador do esquema, afirmou que “a Alston e a Cegelec (subsidiária da Alston) estavam trabalhando juntas para organizar uma cadeia de pagamentos para tomadores de decisão no Brasil”. O ex-diretor financeiro da Cegelec admitiu, inclusive, a criação de uma empresa (Alcalasser) cujo objetivo único era o pagamento de propinas para políticos.
Comentário: As revelações de escândalos de corrupção no Metro e no governo paulista envolvendo aAlston e outras empresas não é exatamente uma novidade, dado que o esquema já havia sido denunciado anteriormente. As novas revelações e as apurações do Cade e da justiça Suíça apenas confirmam as suspeitas iniciais, apontando nomes e dando forma ao esquema de corrupção. Mais que isso, as novas declarações do caso Alston indicam a existência de um esquema de desvio de dinheiro público com o objetivo de financiamento partidário, envolvendo os principais nomes do PSDB. Caso as acusações se confirmem, o impacto político de ambos os casos (Alston e Siemens) pode afetar diretamente o desempenho tucano nas eleições de 2014.
Inflação para classes mais baixas cai e utilização da capacidade instalada industrial sobe:A inflação para as classes mais baixas, de menor poder aquisitivo, apresentou queda de 0,29% em julho, segundo o IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1) divulgado pela FGV. O índice, que mede a inflação para famílias com renda de até 2,5 salários mínimos, apresenta alta de 2,74% no ano e 5,84% nos últimos 12 meses, números inferiores ao IPCA do período. O destaque da deflação no mês de julho foi a queda nos preços dos transportes (-1,54%), alimentação (-0,54%) e vestuário (-1,04%). Já no campo industrial, a utilização da capacidade instalada se elevou no primeiro semestre de 2013, alcançando o índice de 82,16% de ocupação, contra 81,35% no mesmo período de 2012. O aumento da utilização da capacidade instalada aponta à perspectiva de elevação dos investimentos, já que as empresas estariam se aproximando de seu limite de produção com as plantas atuais.
Comentário: O debate sobre a inflação e o crescimento econômico será o alvo central da disputa política nos próximos meses, podendo influenciar diretamente as expectativas dos empresários e consumidores. Com a inflação em queda desde fevereiro, parte dos analistas financeiros já projeta para este ano um IPCA abaixo do registrado em 2012, no entanto alguns ainda apostam num repique da inflação no segundo semestre, devido à desvalorização cambial. Já no campo do crescimento, começa a se formar um consenso de que o segundo trimestre do ano irá registrar um crescimento acima do verificado no primeiro trimestre (0,6%), podendo chegar até 1%. No entanto, diversos analistas apostam em resultados negativos no terceiro e quarto trimestres do ano, o que indicaria um crescimento anual próximo a 2%. Estas análises se fundamentam basicamente na queda da confiança dos empresários e consumidores, que eles mesmos ajudam a alimentar com suas apostas evidentemente pessimistas, criando um cenário de uma profecia autorrealizável. O governo, por sua vez, aposta no sucesso dos leilões de concessão (de infraestrutura e petróleo) para ganhar de volta a confiança dos agentes econômicos, acelerando o investimento e garantindo um ritmo de crescimento elevado no segundo semestre de 2013.
Análise: Guilherme Mello, Economista

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

UMA HISTÓRIA DE GUERRA

Enviado por Raul Longo

Maria Rodrigues é uma amiga de Fortaleza/CE e essa história que distribuiu pela Internet é a confirmação de algo que se insere em uma das discussões que tenho com Karl Marx quanto à questão dos ópios do povo.
Entendo que intenções exclusivistas e interesses desumanos podem manipular tudo que de humano seja criado, tal o que fazem as igrejas com as religiões, sejam quais forem.
Pesquisando as origens do islamismo encontramos em Maomé um defensor das mulheres que, nascido órfão de pai, teve a mãe vendida aos beduínos pelo tio paterno ao qual, pelas leis de então, cabia esse direito.
Jovem, Maomé casou-se pela primeira vez com Cadija, viúva com cerca de 20 anos a mais de sua idade. Foi quem o influiu a aceitar as miragens que o atormentavam como mensagens divinas. Depois de viúvo foi obrigado pelas tradições e interesses tribais a comprometer-se com uma menina muito mais jovem com a qual só consumou o matrimônio anos depois, quando Aicha atingiu o início da juventude.
Aicha foi a responsável pelo desenvolvimento dos ensinamentos de Maomé em religião e seus biógrafos comprovam a autenticidade dos sentimentos de Maomé à Aicha pela defesa do profeta à segunda esposa quando condenada por suspeita de traição conjugal. Maomé não permitiu a execução de Aicha a pedradas, tradição ainda hoje mantida por alguns povos da região, inclusive fundamentalistas judeus, e que no Ocidente é confundida como lei islâmica.  
Aicha foi mantida como a principal esposa de Maomé até sua morte, mas como permitido pelas tradições semitas casou-se com 15 outras mulheres, viúvas de companheiros do profeta que dessa forma impediu que sofressem o mesmo destino de sua mãe.
A manutenção do patriarcalismo que impede a evolução feminina em determinadas nações islâmicas, sobretudo na Arábia Saudita, é uma manipulação da religião difundida por Maomé, assim como o cristianismo foi manipulado pelas igrejas católicas e protestantes contra as quais Marx se insurgia.
Melhor colocou Nietzsche ao reconhecer não ser a religião o que repugna, mas sim a hipocrisia das igrejas. Daí me identificar às religiões populares do Brasil, sobretudo as de origens indígenas e africanas onde não se desenvolvem processos catequéticos e de evangelização. E a adesão às suas crenças e ritos ocorre por espontaneidade.
Ao contrário daquelas onde Marx observou meios de alienação e impedimento de evolução de consciência comunal, essas religiões populares do Brasil não condicionadas a dogmas eclesiais, muitas vezes foram fatores de união e resistência contra os dominadores. E é provável que este seja o verdadeiro ou principal motivo do tão intolerante preconceito contra elas difundido pela Igreja Católica, em passado ainda recente, e, hoje, pelas seitas evangélicas.
Embora não interessado no futebol como a maioria dos brasileiros e mesmo conhecendo o histórico de suas origens quando utilizado para promover a rivalidade entre os operários das indústrias inglesas, não concordo com interpretações que a exemplo da analogia de Marx com as religiões também qualificam o futebol como ópio do povo.
Assim tentou utilizá-lo o ditador Garrastazu Médici e outros oportunistas como a Rede Globo e Galvão Bueno ou João Havelange e Ricardo Teixeira que manipulam o esporte como meio de enriquecimento, muitas vezes por vias ilícitas. Mas o fariam com qualquer outro interesse popular.
E esta história da Segunda Guerra Mundial enviada pela Maria Rodrigues demonstra que o futebol também pode ser um fator de resistência contra a prepotência e a desumanidade dos dominadores.
   

A EQUIPE DE FUTEBOL QUE PREFERIU MORRER A PERDER (Incrível!)



Marco Antônio Paiva Nogueira  

INCRÍVEL!   

A EQUIPE DE FUTEBOL QUE PREFERIU MORRER A PERDER










A história do futebol mundial tem milhares de episódios emocionantes e comovedores, mas seguramente nenhum seja tão terrível como o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40. Os jogadores jogaram um partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, por seu dramatismo, outro caso similar no mundo. Para compreender sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e por que uma simples partida de futebol apresentou para eles o momento crucial de suas vidas.
Tudo começou em 19 de setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazista e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasaram com tudo. A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazistas, e durante os meses seguintes chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar nem viver nas casas, assim todos vagavam pelas ruas na mais absoluta indigência. Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que tinha sido goleiro do Dinamo.










Kiev totalmente destruida
Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazistas não perseguiam, precisamente por sua origem, era torcedor fanático do Dinamo. Num dia caminhava pela rua quando, surpreso, olhou um mendigo e de imediato reconheceu seu ídolo: o gigante goleiro Trusevich. Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazistas e contratou o goleiro para que trabalhasse em sua padaria. Sua ânsia por ajudá-lo foi valorizada por Trusevich que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto. Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela de sua equipe.
Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dinamo, até que o padeiro teve uma idéia genial: pediu a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a buscar o resto de seus colegas. Não só continuaria lhe pagando, senão que juntos podiam salvar os outros jogadores. O arqueiro percorreu o que restara da cidade devastada dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, a seus amigos do Dinamo. Kordik deu trabalho a todos, se esforçando para que ninguém descobrisse a manobra. Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou. Em poucas semanas, a padaria escondia entre seus empregados uma equipe completa.
O goleiro Trusevich
O goleiro Trusevich
Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o passo seguinte, e decidiram, alentados por seu protetor, voltar a jogar. Era, além de escapar dos nazistas, a única coisa que sabiam fazer bem. Muitos tinham perdido suas famílias nas mãos do exército de Hitler e o futebol era a última sombra mantida de suas vidas anteriores. Como o Dinamo estava enclausurado e proibido, deram um novo nome para aquela equipe. Assim nasceu o FC Start, que através de contatos alemães começou a desafiar a equipes de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.
Em sete de junho de 1942, jogaram sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 x 2. O próximo adversário foi a equipe de uma guarnição húngara, ganharam de 6 x2. Depois meteram 11 gols numa equipa romena. A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipe do exército alemão e golearam por 6 x 2. Muitos nazistas começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e buscaram uma equipe melhor para ganhar deles. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o FC Start goleou mais uma vez por 5 x 1, e mais tarde, ganhou de 3 x 2 na revanche.

O cartaz da revanche
Em seis de agosto, convencidos de sua superioridade, os alemães prepararam uma equipe com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande time, utilizado como instrumento de propaganda de Hitler. Os nazistas tinham resolvido buscar o melhor rival possível para acabar com o FC Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazistas. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de esportividade dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.
Depois dessa escandalosa queda do time de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas os hierarcas nazistas locais não se contentaram com isso. Não queriam que a última imagem dos russos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã. A superioridade da raça ariana, em particular no esporte, era uma obsessão para Hitler e os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar o time em um jogo. Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todas as partes, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit. Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo:
- “Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado”, exigindo que eles fizessem a saudação nazista.













O time alemão









O time do Star
Já no campo, os jogadores do Start (camisas vermelha e calções brancos)  levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: – “Heil Hitler!”, gritaram – “Fizculthura!”, uma expressão soviética que proclamava a cultura física. Os alemães (camisa branca e calção negro) marcaram o primeiro gol, mas o Start chegou ao intervalo   ganhando por 2 x 1. Receberam novas visitas ao vestiário, desta vez com armas e advertências claras e concretas:
- “Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo”,ameaçou um outro oficial da SS. Os jogadores ficaram com muito medo e até propuseram-se a não voltar para o segundo tempo. Mas pensaram em suas famílias, nos crimes que foram cometidos, na gente sofrida que nas arquibancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram, sim, jogar.
Deram um verdadeiro baile nos nazistas. E no final da partida, quando ganhavam por 5 x 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu lhe um drible deixando-o  estatelado no chão e ao ficar em frente a trave, quando todos esperavam o gol, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de deboche, de superioridade total. O estádio veio abaixo.
Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazistas deixaram que saíssem do campo como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 x 0. Mas o final já estava traçado: depois dessa última partida, a Gestapo visitou a padaria. O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente a Kuzmenko, Klimenko e o arqueiro Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do FC Start. Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipe foi torturada até a morte.
Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dinamo de Kiev. Nas escadarias do clube, custodiado em forma permanente, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda àqueles heróis do FC Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho aos quais ninguém pode derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942. Foram na maioria, mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dinamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores. (foto acima)

Goncharenko e Sviridovsky, únicos sobreviventes, junto ao monumento de homenagem ao time
Na Ucrânia, os jogadores do FC Start hoje são heróis da pátria e seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. No estádio Zenit uma placa diz “Aos jogadores que morreram com a cabeça levantada ante o invasor nazista”.
(Meu agradecimento especial ao amigo Rodrigo Borges, de Uberaba(MG) que me completou essa história)    

Boletim diário de conjuntura


 
Serra tem seu nome diretamente envolvido no caso SiemensReportagem do jornal Folha de São Paulo de hoje revela um e-mail de autoria de um executivo da Siemens, endereçado a seus superiores, que envolve diretamente o nome do ex-governador e possível candidato presidencial José Serra nas negociações que culminaram na formação de cartel para as licitações do Metrô paulistano. O e-mail, que faz parte da documentação recolhida pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para investigar a formação de cartel nas licitações do Metrô de SP, indica que José Serra teria sugerido à Siemens, em 2008, que entrasse em acordo com sua concorrente (a espanhola CAF) para evitar batalhas judiciais que travassem a licitação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Os nomes de Serra e do então secretário dos Transportes, José Luiz Portella, são citados diretamente, o que evidencia que o governo estadual acompanhou de maneira próxima as negociações entre a Siemens e suas concorrentes.
Comentário: Independente do desfecho das investigações, o fato político criado pelas denúncias de corrupção e formação de cartel no Metrô de São Paulo não podem mais ser ignoradas, depois de abordadas pelos principais jornais do país, incluindo ai o Jornal Nacional. Diante da dificuldade de aprovação de uma CPI para investigar o caso no âmbito do Legislativo Paulista (dada a ampla maioria do governador Alckmin na Casa), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) tomou a iniciativa de apresentar um pedido de abertura de CPI no Congresso Nacional para investigar o “Caso Siemens”, que já ficou conhecido como o “propinoduto paulista”, dadas as evidências de desvio de mais de R$ 500 milhões dos cofres públicos em São Paulo.
Indicadores de inflação de Agosto mostram desaceleração na primeira prévia do mês: O IPC-S e o IGP-M da primeira semana do mês de agosto mantiveram a trajetória de desaceleração já verificada no mês de julho. O IPC-S apresentou deflação de 0,02% na primeira semana de agosto (contra alta de 0,17% na última semana de julho), enquanto o IGP-M desacelerou para 0,13% (contra alta de 0,26% no mesmo período de julho). O grupo alimentação foi o que mais contribui para a desaceleração dos dois índices: no caso do IPC-S, a queda registrada foi de 0,49%; já no caso do IGP-M, o IPA Agropecuário registrou deflação de 0,51%.
Comentário: Os primeiros indicadores de agosto corroboram nossa impressão de que este mês será ainda de baixa inflação, mesmo que já apareçam alguns efeitos da desvalorização cambial nas últimas semanas do mês. Com o IPCA de julho fechando próximo a estabilidade (0,03%), é possível que agosto apresente uma taxa um pouco mais elevada, entretanto sem alterar a tendência da queda da inflação acumulada em doze meses para um patamar mais próximo dos 6%. Diante do arrefecimento da pauta inflacionária, resta saber agora como se comportará a atividade no segundo e terceiro semestres do ano, dado que o alvo dos analistas de mercado mais pessimistas se voltou novamente para apostas em uma baixa atividade econômica aliada a um hipotético cenário de desemprego crescente. Caso tal cenário não se confirme, 2013 pode se mostrar um ano muito mais positivo no campo econômico do que o imaginado há alguns meses atrás, quando a discussão de uma eventual “estaginflação” dominava o debate.
Europa apresenta novos sinais de recuperação econômica:Uma série de indicadores de diversos países Europeus apontam alguns sinais de recuperação na saúde econômica do continente. O desemprego em Portugal apresentou queda pela primeira vez em dois anos (de 17,7% no primeiro trimestre para 16,4% no segundo), enquanto o déficit comercial da França registrou redução de mais de 30%. O principal motor da recuperação, no entanto, permanece sendo a Alemanha, que apresentou um crescimento de 2,4% na produção industrial em junho, muito acima dos 0,3% esperados pelos analistas econômicos.
Comentário: Os sinais de recuperação da atividade econômica em alguns países da zona do euro ainda contrastam com a profunda crise social vivenciada no continente. O que se pode dizer, no limite, é que aparentemente a deterioração do tecido econômico parou de avançar, dando sinais pontuais de recomposição lenta e gradual da atividade em alguns países. O problema mais grave é que tal recuperação ainda está concentrada muito na economia alemã, o que apenas reforça os desequilíbrios regionais e acirra as dificuldades de recuperação do bloco econômico como um todo. No caso europeu, o crescimento da Alemanha é fundamental para puxar o crescimento dos demais países, desde que a Alemanha aceite se tornar uma consumidora privilegiada dos produtos produzidos por seus colegas europeus.
Análise: Guilherme Mello, Economista

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O DISCRETO CHARME DA HIPOCRISIA

Raul Longo

“Há que considerar a investigação com dupla cautela. Os detalhes ainda são nebulosos, mas o que transpirou até aqui indica um conluio entre fornecedores para repartir encomendas e elevar seus preços de 10% a 30, sem provas de envolvimento das autoridades.” – editorial da Folha de São Paulo de 03/08/2013 sobre desvios de verbas públicas pelos governos do PSDB na construção do Metrô de São Paulo, denunciadas pela Siemens. http://avaranda.blogspot.com/2013/08/por-fora-dos-trilhos-editorial-folha-de.html
  
Freud demonstrou que mesmo inconscientemente somos todos hipócritas. Cada um esconde a realidade de si próprio e isto chega a ser saudável, pois não suportaríamos a verdade de nós mesmos. Não saberíamos lidar com os segredos de nosso subconsciente. No entanto, o indivíduo incapaz de distinguir o que é real do que é delírio é caso de distúrbio mental, doença.

Doença que prejudica a terceiros quando o mentiroso é um hipócrita consciente, intencional e movido por interesses escusos ou confessos. Nesse caso, a hipocrisia é um distúrbio de caráter que pode provocar disfunção mental e o desvio de personalidade em quem nela acredita. Esses desenvolvem dependência viciosa no irreal e impossibilidade de compreensão dos fatos.

A vítima da hipocrisia chega a cometer atos insanos, drásticos ou depressivos. Há casos de automutilação e até de morte, como ocorreu à enfermeira que se medicou contra inexistente epidemia de febre amarela.

Outro psicanalista alemão, Erick Fromm, demonstrou que distúrbios provenientes da sistematização da hipocrisia podem se tornar pandêmicos, envolvendo toda uma sociedade e até a humanidade em geral. Um exemplo clássico ocorreu na própria Alemanha quando a sistematização da hipocrisia por um grupo político promoveu distúrbio mental em toda a sociedade que passivamente permitiu o extermínio de milhões de pessoas.

Talvez pela lamentável experiência com esse tipo de procedimento é que outra instituição germânica, a Siemens Aktiengeselischaft, (Siemens AG), o maior conglomerado de engenharia da Europa, resolveu denunciar o processo de corrupção de sua diretoria no Brasil, envolvendo três sucessivos governadores de São Paulo: Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.http://www.istoe.com.br/reportagens/paginar/316224_TRENS+E+METRO+SUPERFATURADOS+EM+30+/5

Apesar de a importância superar centenas de milhões do que se supõe ter sido operado pelo que foi chamado por um dos mais afamados corruptos do Brasil como o “maior esquema de corrupção da história política do país”, a existência do esquema de desvio de verbas públicas denunciado pela Siemens não é novidade.  Em 2008, um ano depois da morte de Antonio Carlos Magalhães, já havia o que se tornou mundialmente conhecido como “Escândalo do Caso Alstom”.
O caso, envolvendo os mesmos políticos do PSDB e os fornecedores das obras do Metrô da capital de São Paulo em milionários desvios de verbas públicas entre os anos 1997 e 2001, chocou a imprensa internacional. https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CCoQFjAA&url=http://pt.wikipedia.org/wiki/Esc%25C3%25A2ndalo_do_caso_Alstom&ei=Br_-UfyTPIHA8ATrxoDABw&usg=AFQjCNG2xnemSSd_T6ij9Zt4xQiXd7bIiA&bvm=bv.50165853,d.eWU Mas, então envolvida na indução de preconceitos ao governo e à pessoa do Presidente Luís Ignácio Lula da Silva, a mídia brasileira não dispôs de muito espaço para o caso.

A Alstom foi condenada pela justiça suíça ao pagamento de U$ 43,5 milhões pelo conluio com os corruptos do PSDB brasileiro.http://www.brasil247.com/pt/247/poder/110053/. Mas no Brasil os envolvidos continuam impunes e hipocritamente se pronunciam sobre como deveria ser presidido o país, sempre com grande divulgação e apoio da mídia nacional. É o que ocorre, por exemplo, com Fernando Henrique Cardoso, sogro de David Zylberztajn que, então presidente da Eletropaulo, foi um dos principais envolvidos no Caso Alstom.

Entre outros, esses desfalques do patrimônio público nacional identificam e justificam parte dos motivos que levaram o então Ministro da Economia a, na mesma época, dirigir um pedido ao Fundo Monetário Internacional:

Brasília 13 de novembro de 1998

Prezado Sr. Camdessus
O memorando de política anexo descreve as políticas econômicas e objetivos do Governo do Brasil para o período 1998-2001 para apoio das quais o Governo solicita do Fundo uma quantia equivalente a SDR 13.025 (US$ 18.023.210) na forma de um acordo stand-by por um período de 36 meses. 


Michel Camdessus era então o Diretor Gerente do Fundo Monetário Internacional, mas seu sucessor, Horst Köhler, recebeu outra carta assinada pelo mesmo Ministro Pedro Sampaio Malan:

Brasília 23 de agosto de 2001

Sr. Horst Köhler- Diretor Gerente Fundo Monetário Internacional

Prezado Sr. Köhler:

O memorando anexo descreve as políticas econômicas e os objetivos do Governo do Brasil para o restante de 2001 e para 2002 e em apoio às referidas políticas e objetivos o Governo solicita um Arranjo Stand-By junto ao Fundo para um período de 15 meses no valor de DES 12 144.4 milhões (equivalente a cerca de US$ 15 650 milhões).


E um ano e seis dias depois, o Ministro de Fernando Henrique Cardoso, remeteu uma terceira carta ao Sr. Köhler:

Brasília, 29 de agosto de 2002

Exmo. Sr.Horst Köhler

Diretor-Geral do Fundo Monetário Internacional
Washington, DC 20431 — EUA

Senhor Diretor-Geral:
No Memorando de Política Econômica (MPE) anexo, descrevem-se as políticas e objetivos estabelecidos pelo Governo do Brasil para os meses restantes de 2002 e para 2003. Em apoio a essas políticas e objetivos, o Governo do Brasil vem solicitar um Acordo Stand-by com o Fundo, com prazo de 15 meses, no valor de DES 22 821 milhões, montante equivalente a cerca de US$ 30 bilhões, dos quais US$ 10 bilhões seriam desembolsados no âmbito do Programa de Financiamento de Reserva Suplementar.


onde se inclui também o pronunciamento do então Presidente Fernando Henrique Cardoso sobre as medidas de contenção econômica e aumento de impostos à população, em atendimento as exigências do FMI para a liberação dos empréstimos que jamais resultaram em qualquer benefício à população em saúde, educação, mobilidade urbana, melhoria de estradas ou qualquer outra aplicação em infraestrutura. E ao final daquele governo a população também teve de cobrir o prejuízo R$ 42,5 bilhões do apagão energético.

Apesar da continuidade do congelamento de salários e o aprofundamento do alarmante índice de desemprego, as medidas e o pronunciamento de FHC foram efusivamente enaltecidos pela mídia brasileira. Desde a campanha à presidência de Collor de Melo a população brasileira não era tão exortada à admiração de uma personalidade política através dos meios de comunicação.

Em contrapartida, ao sucessor de FHC se rendeu o maior esforço de degradação de imagem pública de que se tem notícia da história da política internacional. Nunca um governo sofreu tão sistemático, intenso e coeso ataque da mídia. Nem mesmo Getúlio Vargas foi tão denegrido pela imprensa e sofreu tanto opróbrio de seu arquirrival, o jornalista Carlos Lacerda. Até mesmo Hugo Chávez, um dos presidentes mais duramente atacados pelos veículos de comunicação de seu país, em visita ao Brasil espantou-se com o empastelamento à imagem de Lula da Silva pela mídia brasileira.

Por outro lado, se pelo que fizeram por seus povos Mahatma Gandhi e Nelson Mandela foram reverenciados internacionalmente como até então nenhum outro político do mundo, nas manchetes dos mais significativos veículos de imprensa do hemisfério norte e pelos títulos e honrarias concedidas pelas mais tradicionais e respeitadas instituições da Comunidade das Nações, foram superados por Lula da Silva, como demonstrado nesta listagem, ainda que incompleta: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=premia%C3%A7%C3%B5es%20e%20honrarias%20internacionais%20concedidas%20a%20lula&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CCwQFjAA&url=http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Pr%25C3%25AAmios_e_honrarias_recebidos_por_Luiz_In%25C3%25A1cio_Lula_da_Silva&ei=NdD_UcDbEIeI9gTTw4HACg&usg=AFQjCNG2S2rKlM0uWvWJTR1ViPRCEU0UoQ
Entre o Estadista Global de Davos (Suíça) e o bêbado que com uma caneca de chope brindou a abertura da Orktoberfest de Blumenau; o Homem do Ano do Le Monde e a anta de um colunista da revista Veja; o Prêmio Chatam House do Reino Unido e o “apedeuta”;  o brasileiro comum foi colocado em traumático embate de compreensibilidade que afetaria a capacidade cognitiva de qualquer ser humano, por mais preparado que fosse.

Dessa forma os chamados formadores de opinião pública se confirmam como meros difusores de estupidez, ignorância, racismo e demais preconceitos deformadores do caráter, da percepção e da sensibilidade coletiva. Como resultado, mesmo daqueles de que se espera maior capacidade de discernimento se observa total desinformação e alijamento de senso crítico sobre os temas distribuídos pela correios eletrônicos. É o que acontece com os que postam campanhas corporativas contra as propostas para expansão do atendimento médico à população, onde se alega ausência de investimento governamental na infraestrutura de saúde.

Ignoram que entre as justificativas da maior evolução do Índice de Desenvolvimento Humano apresentado pelo Brasil em uma década, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, aponta: No caso brasileiro, esta evolução do IDH do ano passado para este ano contou com um impulso maior da dimensão saúde – medida pela expectativa de vida –, responsável por 40% da alta” http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=evolu%C3%A7%C3%A3o%20do%20idh%20do%20brasil&source=web&cd=6&cad=rja&ved=0CEEQFjAF&url=http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx%3Fid%3D2583&ei=iRYAUrzaDsGe2QWbnICIBQ&usg=AFQjCNH-H4nviI5nHMU0Kqq_DDYSnP_gcA

O embotamento de raciocínio promovido pela degradante mídia brasileira impede não somente a capacidade perceptiva como também a dedução associativa e aqueles que tiveram de financiar uma das maiores dívidas externas do mundo ainda não conseguem relacionar as décadas de desarticulação e sucateamento das redes de prestação de serviços públicos, e o abandono de qualquer infraestrutura dos mais diversos setores com consequente e calamitoso estado deficitário desses serviços por todo o país. Deficiências que vem sendo recuperadas através de medidas emergenciais como a contratação de médicos estrangeiros que justifiquem investimentos consequentes e produtivos e não mera demagogia eleitoral ou para desvio de verbas públicas como o exemplificado em: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&ved=0CDQQFjAB&url=http://www.istoe.com.br/reportagens/4776_OS%2BVEDOIN%2BACUSAM%2BSERRA&ei=5loAUv6MJoX68QTIzoHYAg&usg=AFQjCNHTK3Yuo-F6TYxKzcXpYEhDIIvh4A&bvm=bv.50310824,d.eWU

Viciado em deglutir mentiras regurgitadas pela mídia, e obstruído em sua natural curiosidade humana, o lamentável brasileiro comum não consegue distinguir na origem do que recebe e distribui pela internet aqueles que os estão lesando e enganando hoje porque antes já o lesaram e enganaram inúmeras vezes, como é o caso de Barjas Negri, citado na denúncia do link anterior e condenado pelo TCE de São Paulo por irregularidades em 102 contratos enquanto presidiu o CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano de São Paulo no primeiro governo de Geraldo Alckmin. Hoje, ao lado de José Serra, ambos do PSDB e ex-Ministros da Saúde, é um dos líderes da oposição ao programa “Mais Médicos”, conforme se pode ler aqui:

De raciocínios inutilizados pela sistemática bestificação promovida pelos meios de comunicação, apesar de meros e incógnitos pontos de distribuição de preconceitos e ignorâncias esses solitários reprodutores de desinformação e difusão de mentiras são os inoculadores de perigosa doença que, como ocorreu há poucas semanas, pode se manifestar como surto psicótico coletivo sem que os próprios surtados tenham a menor noção de serem portadores de um desajuste, como no caso das lamentáveis vítimas documentadas nessas imagens: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&ved=0CDoQFjAD&url=http://esquerdopata.blogspot.com/2013/07/manifestante-diz-que-e-contra-pec-37.html&ei=cAf_UeP-JYfU9QSU1YHQBw&usg=AFQjCNH_61kfHqAw-ZgmITiByMg9kQsOpw

No entanto, se repetidores e distribuidores de mentiras e preconceitos são apenas os “mulas” da ampla rede de tráfico de estupidez e boçalidade revelada nos meses de junho e julho, qual o foco desta praga mental que se alastrou pelo país surpreendendo o mundo?

Conforme se pode ler aqui: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=quem%20agita%20o%20brasil&source=web&cd=2&cad=rja&ved=0CDIQFjAB&url=http://redecastorphoto.blogspot.com/2013/07/quem-agita-o-brasil-e-por-que.html&ei=bCYAUtOoAZb54AOE5YDYAg&usg=AFQjCNHAQ0E98_RnhkrHWcXBus2qjCgNCw nem todo o mundo ficou tão surpreso, mas os financiadores de golpes internacionais dependem de focos internos que disseminem a histeria para justificar suas intervenções através de contratados corretores de potenciais econômicos nacionais de um país. E quando um grupo de corretores pode ser atingido pelo próprio anunciante de um foco dessa infecção que assola o Brasil, o cartel da falácia se põe em alerta e recomenda “dupla cautela”.

Assim se revela o discreto charme da hipocrisia que não ocorreu aqui:


“A Folha cometeu dois erros na edição do dia 5 de abril, ao publicar a reprodução de uma ficha criminal relatando a participação da hoje ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no planejamento ou na execução de ações armadas contra a ditadura militar (1964-85). O primeiro erro foi afirmar na Primeira Página que a origem da ficha era do arquivo [do] Dops. Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail.” – Folha de São Paulo – edição de 25 de abril de 2009.


E também aqui:

Tampouco teve qualquer cautela para o que é reportado aqui:

Ou a respeito da publicação desta foto que apenas provocou uma transferência da responsabilidade de um crime, como se lê adiante:


“Errei. Devo desculpas a José Dirceu. Na semana passada, reproduzi neste espaço uma informação -assinada por um colega com quem já trabalhei e que julgava ser um jornalista responsável-, dizendo que o ex-deputado teria comprado uma moto Harley-Davidson V-Rod, no valor de R$ 90 mil. Dirceu não comprou a Harley e não sabe dirigir motos” – Barbara Gancia na Folha de São Paulo. 

Os “mulas” da rede de tráfico de mentiras e vetores de inseminação de distúrbios psicóticos coletivos se distribuem Brasil afora às centenas, e a Folha de São Paulo também não é o único  centro de difusão da doença que degrada parte da população brasileira e neste inverno contaminou os jovens que, com 20 anos de idade em média, não foram imunizados pela realidade de décadas anteriores e daí apresentarem degenerações típicas de velhice mental precoce.

Além da Folha, alguns outros grupos empresariais e suas subsidiárias também promoveram e promovem demência, alienação, perda de memória, e neurose coletiva; forjando uma sociedade caquética, depressiva e autodestrutiva.

Tem-se falado bastante da bilionária sonegação de impostos por um desses notáveis grupos familiares com discreto charme de hipocrisia, no entanto muito mais preocupante do que os prejuízos econômicos, culturais ou comportamentais que provocam entre nossa sociedade, são os prejuízos à sanidade mental e ao caráter do povo brasileiro.

Recomendável que com esses focos da epidemia que ameaça a população do Brasil se tenha tripla cautela e nenhum charme ou discrição na formulação de imediata regulamentação de suas perniciosas e insalubres atividades. Ou no futuro se terá de recorrer a psicólogos estrangeiros para garantir alguma saúde mental para a sociedade desse país.