sábado, 27 de dezembro de 2014

AULA PARA UM FORMADOR DE OPINIÃO

Enviado por Raul Longo

Qual o(s) jornalista(s) que forma(m) sua opinião? Pois nesse natal você deveria ser bonzinho com ele(s). Não apenas para agradar o Papai Noel, mas porque, afinal, é quem forma a sua opinião e como todo mundo você deve dar muito valor a sua opinião formada.

Ah! Quem não dá! Afinal você não investe na assinatura do seu jornal, da sua revista, nem perde tempo na frente da TV à toa, não é mesmo? Você faz tudo isso para ter uma opinião formada sobre o mundo, o Brasil, a política, a economia, o que seja! Então... Quem é que forma a sua opinião?

Neste Natal seja bonzinho com o seu formador de opinião, pois ele gosta muito de você. Ou nunca viu como todo jornalista se orgulha de se dizer um formador de opinião.

William Bonner, por exemplo, tem tanto carinho por aqueles a quem forma opiniões que os chama de Homer Simpson. Gente maldosa entendeu que chamou de idiotas os de opinião formada pelo Jornal Nacional da TV Globo, mas o Bonner explicou que é só um jeito carinhoso de se referir aos que tem opinião formada pela Globo.

Além da Globo, quem mais forma a sua opinião? Neste natal escreva a todos aqueles que formam a sua opinião, mas seja bonzinho e não faça como o meu amigo Pacheco que por buscar as informações que a imprensa nacional não divulga, não permite que os jornalistas brasileiros formem sua opinião. Nem o William Bonner, nem ninguém!

Veja aí a carta que o mal criado do Pacheco escreveu, dando uma aula num desses formadores de opinião. Esse Pacheco! Vai ver que não acredita em Papai Noel... E você? Acredita em Papai Noel?

E no William Bonner, você acredita?

Leia a carta do Pacheco e a envie para seu formador de opinião favorito. Depois me escreva contando qual a opinião que lhe foi formada sobre a aula do Pacheco ao jornalista da Gazeta do Povo.























Envio a você e-mail que mandei para um articulista da Gazeta do Povo que como você sabe é o símbolo da direitaça aqui de Curitiba .
Abração 
Pacheco 


Enviado do meu iPad

Início da mensagem encaminhada

Prezado

Creio que você talvez pudesse começar seu bem elaborado artigo, como o fez, criticando nosso pibinho. Contudo, como estamos em ritmo de festas, você poderia ter compensado a crítica com aquele "mas", presente na mídia, sempre desejosa em querer criar um fato negativo quando a notícia é favorável ao governo, tipo:
   "menos pessoas passam fome no Brasil, mas...ainda 7 milhões padecem desse mal". Ou
   "a inflação vai fechar o ano dentro da meta, mas...em janeiro ela deve ultrapassar o teto ".

Assim, no teu artigo caberia:
    "...mas países europeus desenvolvidos apresentarão crescimento negativo"

Quanto à Petrobrás, não creio que o principal problema da empresa seja o "petrolão", embora ele não pare de crescer. Isso será episódico, embora a um grande custo.
O que nossa petroleira está sendo bombardeada em duas frentes: uma doméstica e outra internacional, ambas procurando desacreditá-la.

O aspecto doméstico está configurado no processo de vazamento seletivo de depoimentos prestados sob delação premiada. Sabe-se que alguns dias antes das eleições, um jornalista de prestígio na mídia dominante, noticiou que informações sigilosas foram fornecidas à Aécio Neves e à Álvaro Dias.

É também notória a campanha anti governo na mídia social, desenvolvida pelos delegados federais que atuam no processo Lava Jato. Já há mais tempo agentes federais praticavam exercício de tiro tendo Dilma como "mosca". Isso tudo sob as vistas do Ministro da Justiça (Zé, o lento) seu superior.

O juiz Moro, sempre tucano de carteirinha, vaza somente nomes de políticos da base de sustentação do governo. Já se disse, não sendo muito difícil comprovar, que a corrupção grassa (sem trocadilho) em vários níveis de governo e desde há muito tempo. Um dos advogados de empreiteiro declarou que:
    "no Brasil não se coloca um paralelepípedo numa rua, sem o pagamento do "por fora ".
Não exatamente nesses termos.

Mas Moro, muito parcimonioso, permite que apenas dois nomes da oposição sejam revelados: o do tucano Sérgio Guerra e o do "socialista" Edmundo Campos. Ambos já no além vejam só!

A esposa do juiz, advogada, presta consultoria ao governo tucano de Beto Richa e pertence a escritório que defende os interesses de subsidiária da Shell, concorrente da Petrobrás.

Quer dizer que, se no decorrer do processo o magistrado conseguir chegar isento até o fim, merecerá uma "estátua de bronze na praça onze".

Já a mídia, por demais interessada na privatização da estatal, começaria por incentivar a mudança do sistema de exploração, de partilha para concessão, esta o sonho dos tucanos e neoliberais desde os tempos da "Petrobrax".

No âmbito internacional a briga é também encarniçada.
Vejamos: o preço do petróleo, já bastante "despencado", ainda não chegou ao fundo do poço. Como o custo de produção da Arábia Saudita se situa em torno de US$5/barril, ainda há muito espaço. Devemos ter presente que os sauditas não pretendem abrir mão da hegemonia de maior produtor mundial. Com preços tão e cada vez mais baixos, os árabes matam cinco coelhos de uma só cajadada: Rússia, Venezuela, país com a maior reserva mundial, o arqui-inimigo Irã, Líbia e outros menos cotados.

E o quinto?

Oras, a nossa Petrobrás que tem um programa de maior investimento mundial em exploração petrolífera;  detém toda a tecnologia de exploração em águas profundas; e agora, com o potencial expressivo do pré-sal, que segundo os estudiosos, será ainda viável com o preço de US$35/barril, podendo se tornar um importante player no tabuleiro mundial da commoditie.

Com essa política, a Arábia Saudita determina que os EUA, seu grande aliado, adie sua exploração de xisto, que ficará estocado à espera de maior emergência e oportunidade. E Obama poderá sapatear sobre o caixão de Putin. A menos que o urso branco recorra à proteção da China, seu mais novo aliado desde o fim da União Soviética. Os dois países possuem um intercâmbio comercial de US$100 bilhões, com novo contrato para 30 anos para o gás russo que atinge US$400 bilhões. A China está numa confortável posição, em cima de uma reserva de US$3,89 trilhões.

Os chineses se preparam para assumir e manter a hegemonia econômica mundial. Começam por dar início à construção do Canal da Nicarágua, alternativa por demais interessante, para escapar da necessidade de utilizar o Canal do Panamá, de domínio americano. Os "amarelos", já em posição de destaque no intercâmbio cultural com diversos países, caminham celeremente para assumir o lugar de maior potência econômica mundial.

O programa chinês de ferrovias é qualquer coisa de impressionante. Com trens que desenvolvem velocidades inimagináveis, estão pretendendo espalhar a malha ferroviária pelos quatro cantos do mundo. Logo, logo o transporte ferroviário, levando e trazendo mercadorias de países longínquos do seu chão, estarão competindo com grande "handicap" com todos os países do mundo.

Então teremos uma nova geopolítica mundial.

Ah, os EUA continuarão com suas guerrinhas.

Enfim, só lamento ter tomado teu tempo com essa longa digressão comentando teu artigo.

Um grande e Feliz Natal para você e familiares.
Abç
Pacheco


Enviado do meu iPad

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O Brasil e a Petrobrás

Adriano Benayon * - 15.12.2014

1. O Brasil vive batalha decisiva de sua História: a da sobrevivência da Petrobrás como empresa nacional. E isso com qualquer resultado, pois a eventual derrota poderá ser o marco, a partir do qual o povo brasileiro resolva partir para o basta e reverter o lastimável processo dos últimos 60 anos em que praticamente só acumula derrotas do ponto de vista estrutural.
2. Principalmente desse ponto de vista, porque, mercê da estrutura que se formou na Era Vargas, ainda foram colhidas - por muito tempo e até os dias de hoje - grandes vitórias em termos de desenvolvimento de tecnologia e capacidade produtiva no País.
3. O progresso estrutural do Brasil ocorreu, até 1954, não apenas em função de investimentos do Estado, mas também por ter este agido como promotor da indústria privada, tendo, antes daquele ano fatídico, surgido firmas nacionais de ótima qualidade, algumas das quais já se tinham tornado grandes. 
4. Essas foram as primeiras e grandes vítimas do modelo de dependência financeira e tecnológica adotado desde 1955 e no quinquênio de JK, quando o Estado, foi usado como promotor da desnacionalização da indústria, o que gradualmente levou à da dos demais setores da economia.
5. Os governos militares (1964-1984), embora se tenham submetido às regras e imposições do sistema financeiro mundial - criaram estatais importantes, como a EMBRAER, em 1969, possibilitada pela criação do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em 1946, e do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em 1950.
6. A EMBRAER foi uma das inúmeras grandes estatais criminosamente privatizadas pela avalanche de corrupção dos anos 90, que atingiu também a TELEBRÁS, fundada em 1972, a qual igualmente gerara excelentes resultados em produções realizadas com tecnologia nacional, e foi  totalmente esvaziada pelas concessões entreguistas  do sistema de telecomunicações.
7. Em 1990, Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto direto – de resto,  mediante incríveis manipulações, negadoras da essência da democracia – encaminhou a Lei de Desestatização, juntamente com denso pacote de legislação antibrasileira, formulado em Washington e meteoricamente aprovado pelo complacente Congresso.
8. Interessante que os governos militares – não só haviam mantido as estatais da Era Vargas - mas criaram várias outras. Entretanto, os indivíduos  ideologicamente amestrados atribuem comunismo ou esquerdismo aos que, em favor do desenvolvimento, reconhecem  a importância de empresas e de bancos estatais.
9.  Se não estivessem mentalmente controlados pelo sistema de poder mundial veriam que as estatais, além do que realizam diretamente, são fundamentais para viabilizar, ao abrir concorrências,  encomendas e financiamento a empresas privadas nacionais, que, com isso, geram empregos qualificados e elevam o padrão tecnológico do País.
10. Ademais, acabar com as estatais significa deixar à mercê dos carteis e grandes grupos privados o grande espaço estratégico – como é o caso da indústria do petróleo e derivados – inevitavelmente ocupado por empresas de grande porte, nos quais a dimensão inviabiliza a concorrência honesta entre empresas privadas.
11. Antes de explicar por que a corrupção não é inerente à natureza das estatais – ao contrário do que imaginam os impressionados pelos inegáveis escândalos de corrupção que têm assolado a Petrobrás – convém lembrar a incoerência dos que se escandalizam com a brutal concentração de renda, cada vez mais acentuada em todo o mundo, e propõem privatizações, cujo efeito tem sido tornar a concentração econômica ainda mais aguda e sociamente insuportável.
12. De fato, todos estão tendo acesso a informações de que, neste mundo de mais de seis bilhões de habitantes, pouco mais de cinquenta grupos financeiros controlam praticamente todas as transnacionais em atividade no Planeta. Fosse isso pouco, o analista da moda, Thomas Piketty, tem observado que  a concentração de riqueza tem sido grandemente subestimada,  mesmo nos países sedes da oligarquia financeira mundial.
13. E por que foi implantada a corrupção na Petrobrás? Porque a estrutura de poder político já se tornara dominada pelos interessados em desmoralizá-la e eventualmente privatizá-la e/ou liquidá-la. Amiúde, o primeiro passo dos agentes imperiais é minar e desmoralizar a administração estatal, para justificar a privatização.
14 De fato, a corrupção foi intensificada durante governos aqui instalados (Collor e FHC) com o projeto de tornar definitivo e irreversível o atraso do Brasil e sua submissão aos centros de poder mundial, na vil posição de fornecedor de recursos naturais, presidindo a abertura de buracos no lugar das estupendas reservas de minerais estratégicos e preciosos, sem que isso sequer impedisse o crescimento vertiginoso dos déficits de comércio exterior e do endividamento público.
15. A desnacionalização predadora não começou com os dois que foram os primeiros eleitos sob o novo regime pretensamente democrático.  Mas eles fizeram profundas reformas na estrutura de mercado –  com o usual beneplácito do Congresso - para torná-la ainda mais  talhada de acordo com os interesses dos carteis transnacionais.  E o PT não fez reverter essa tendência.
16. Em relação à Petrobrás, FHC promoveu a aprovação da Lei 9.478, de 06.08.1997,  que eliminou, na prática, a norma constitucional do monopólio da União na  produção,  refino e transporte do petróleo, não formalmente revogada.
17. Essa lei permitiu, assim, a exploração de imensas jazidas descobertas pela Petrobrás na plataforma continental,  por carteis transnacionais, liderados pelas gigantes empresas angloamericanas - que,  há mais de um século,  têm preponderado no produto de maior expressão no comércio mundial.
18. Ademais, dita Lei criou a Agência Nacional do Petróleo (ANP) no esquema de esvaziar a administração do Estado, terceirizando-a para  agências ditas públicas, dotadas de autonomia e postas sob a direção de executivos e técnicos ligados à oligarquia financeira angloamericana.

19. Um desses, genro de FHC, David Zylberstajn, foi nomeado diretor-geral da ANP. Como lembrou o engenheiro Pedro Celestino, em excelente artigo, teve início, sob o comando de Zylberstajn,  ”o leilão das reservas de petróleo brasileiras, em modelo que não se aplica no mundo desde o primeiro choque do petróleo, permitindo à concessionária apossar-se do petróleo produzido, remunerando o Governo com royalties, ao invés de receber por prestação de serviços.” 

20. As constatações de corrupção nas encomendas da Petrobrás -  em inquérito da Polícia Federal, ainda não terminado -  estão servindo de tema para a campanha de desestabilização e impeachment da presidente da República, e também de argumento favorável à privatização.

21. Nenhum desses objetivos sustenta-se em bases justificadas, pois o autor da delação premiada tornou-se diretor da Petrobrás no governo de FHC, mentor do partido que se pretende beneficiar com a derrubada de Dilma Roussef ou sua transformação em títere completo do capital estrangeiro, o qual tem no PSDB seus principais serventuários locais.

22. Ademais, o delator Paulo Roberto Costa praticou, ele mesmo,  os crimes que denuncia,  em prejuízo do patrimônio público e em ofensa à moralidade da Administração, como também cometeram políticos de diversos partidos que têm exercido cargos diretivos na Petrobrás.

23. Paulo Metri, outro competente e experiente engenheiro da Petrobrás, reafirma ser indispensável investigação profunda na estatal.  Ressalva, porém, que a exposição antecipada de fatos  investigados pode ter tido por meta somente  derrubar as intenções  de votos pró-Dilma.   

24. Assinala que a presidente não tolheu as ações da Polícia Federal, nem tem um engavetador para sumir com os processos. Nota: alusão ao PGR de FHC, conhecido como  engavetador-geral da República. 

25. Metri considera imprescindível punir, com rigor, os agentes públicos comprovadamente corruptos e também os esquecidos corruptores. Até porque, mais que o desvio de dinheiro, a corrupção com a Petrobrás atinge a auto-estima de que o País precisa para realizar seu projeto nacional.

26. Em relação à Petrobrás, é fundamental corrigir os vícios nela implantados e viabilizar seus investimentos, cuja enorme rentabilidade está assegurada em função das colossais descobertas que a estatal obteve na plataforma continental e no pré-sal. 

27. A  Petrobras – aduz  Metri - tem vencido  obstáculos, como extrair, de grandes profundidades e a distâncias da costa cada vez maiores, petróleo escondido abaixo de camadas incomuns, mercê de tecnologias especiais desenvolvidas  por técnicos da estatal.

28. A qualidade destes  depende da motivação e  de que não sejam preteridos por políticos em cargos de direção nem por terceirizados.

29. Celestino e Metri lembram que FHC elevou desmesuradamente o salário de gerentes e superintendentes, o que os fez, por demais, temerosos de perder seus empregos, e omissos em resistir contra decisões suspeitas, tal como ocorre com terceirizados. Ademais, FHC liberou a  Petrobrás de  cumprir a Lei de Licitações, apoiado por decisão do ministro Gilmar Mendes, no STF. 

30. Não basta para reverter o descalabro, evitar que Dilma seja substituída por alguém mais propenso a aceitar as imposições imperiais. Há que dar passos na restauração da soberania nacional, ferida inclusive pela alienação, quase graciosa, de 40% das ações preferenciais da Petrobrás, após a promulgação da Lei 9.478/1997, e pelos leilões do petróleo da plataforma continental e do pré-sal, nos governos do PT.

* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

HAVANA E LA PAZ SÃO NOVAS CIDADES-MARAVILHA DO MUNDO

ANTONIO EURYCO











Uma imagem de cada (foto montagem 7CitiesWorld/Divulgação)

Duas capitais latino-americanas, La Paz, na Bolívia, com sua impressionante altitude e localização nos Andes, e a histórica, tradicional, misteriosa e antiga Havana, na ilha de Cuba, formam na relação das 7 Cidades que também relacionou como vencedoras da escolha, Beirute, no Libano, Durban, na Africa do Sul, Kuala Lumpur, na Malásia, Vigan, nas Filipinas, e Doha, no Qatar, onde a natação brasileira viveu um final de semana de ouro.


Área central da capital boliviana onde aparece o estádio Hernando Silesutilizado na Copa América e Libertadores
A campanha da New Wonders Cities, criada em 2011 e completada no sábado, dia 7 teve o anúncio oficial feito por Bernard Weber, fundador e presidente da organização, que informou a presença de 1.200 candidatas de 220 países diferentes durante as várias fases da competição. Nenhuma representante brasileira chegou à etapa decisiva.
O dirigente assinalou que as 7 cidades representam a diversidade global da sociedade urbana. "Pela primeira vez na história da humanidade, mais da metade da população do nosso planeta vive em cidades e esta eleição enfatiza o caráter drasticamente desafiador do nosso mundo em mudança. O New7Wonders Cites vai juntar-se agora aos New7Wonders da Natureza e os New7Wonders of the World para tornar-se parte da memória global da humanidade", declarou.
Com fases de eliminação, as 28 finalistas foram anunciadas em outubro e daí ate a votação final que foi encerrada às 07.00 GMT do dia 7. Nas sete escolhidas, a partir de agora serão organizados eventos para a entrega oficial do título


O Capitólio de Havana, na parte antiga da cidade, é uma atração que está sendo renovada. (Foto: Divulgação





 





sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

PACHECO E AS NOVELAS DE PRIMEIRA HORA DA TV GLOBO

Raul Longo

O casal de amigos Pacheco e Milú, de Curitiba, não é bobo. Logo, não assistem as novelas da Globo. Mesmo assim Pacheco se espantou com uma das ficções da emissora quando alguma atriz da novela que há décadas exibem diariamente, subdividindo os capítulos cotidianos em 4 partes, recentemente acrescidos de uma a mais para madrugadores; afirmou que o golpe ao presidente Goulart ocorreu porque Jango teria prometido fazer as reformas populares "... Na lei ou na marra".

Preocupado, Pacheco me escreveu perguntando se eu teria lembrança de tal pronunciamento do personagem real que presidiu o Brasil até ser destituído por alguns generais do exército brasileiro e o embaixador Lincoln Gordon dos Estados Unidos.

Expliquei ao Pacheco que eu ainda era muito jovem na época, mas como no título do documentário de Camilo Tavares, “O Dia que durou 21 anos”, aquele 1º de Abril de 1964 para mim não foi apenas mais um Dia da Mentira. Muito pelo contrário! Foi o dia em que tardiamente, já então com 12 anos de idade, descobri a verdade de minha condição de filho de pai austero ao me dar conta de que os projetos do governo dos Estados Unidos para meu país e continente, poderiam ser mais traumáticos para o resto de minha vida do que a cinta do pai.

Deixando minhas realidades pessoais de lado e voltando ao universo ficcional da Globo, que superam em muito a virtualidade em voga nestes tempos informáticos, tive de explicar ao Pacheco -- que não é bobo -- que se a emissora jamais se preocupa com as informações que transmite é apenas por se aprimorar exclusivamente no ficcional de suas novelas.

Citei até a interpretação de uma de suas apresentadoras em um programinha da tarde, no papel de repórter cultural. Casualmente passando frente a um aparelho de TV sintonizado à emissora, chamou-me a atenção a bela paisagem de Búzios ao fundo e acabei ouvindo aquela atriz afirmar ter sido ali que Ronaldo Bôscoli compusera determinada música para Elis Regina.

Isso só poderia acontecer na cabeça dos novelistas da Globo, pois a música do Bôscoli, um clássico da Bossa Nova lançado pela Silvinha Teles nos anos 50, nunca foi gravada pela Elis que somente lançou seu primeiro long-play, “Viva a Brotolândia!” em 1960, quando ainda assinava como “Elís”, com agudo no “í”, e interpretava músicas do estilo “Jovem Guarda”.      

Pois exatamente por não ser bobo, Pacheco que não assiste a Globo acabou caindo na bobagem de acreditar que a emissora pauliroca, de produções meio paulista e meio carioca, designe parte de seus estúdios e interesses para produção de informativos. Aproveito esse engano do amigo para desfazer recorrentes maus entendidos dos que vivem acusando aquela emissora de mentir sobre a história e a atualidade político/econômica do país.

Não é isso gente! As pessoas é que entendem mal e acabam até elegendo e apoiando personagens criados pelo talento dos ficcionistas de uma empresa de comunicação exclusivamente especializada em produção de novelas. Já que o público confunde ficção e realidade e até elege personagens das telenovelas da Globo para cargos políticos, a empresa de comunicação resolveu explorar esse mercado ou preferência pública pelo gênero. E deu tão certo que acabam de ampliar as partes de capítulos exibidos diariamente daquela sua mais antiga novela que reproduz o que seriam atividades jornalísticas no mundo real.

A programação que se utiliza da criatividade de alguns atores habituados a papéis de comentaristas e repórteres, antes se iniciava numa sequência para despertar seus telespectadores com notícias terríveis sobre um país em constante falência e sem qualquer perspectiva de futuro, paradoxalmente intitulada “Bom Dia Brasil”. Mas aquela ambientação nada tem a ver com o Brasil real!

Por volta das 13 horas o capítulo do dia prossegue numa sequência mais amena que é pra combinar com o horário digestivo, mas lá pelas 20 horas retornam ao dramatismo. Por fim, cerca de meia noite encerram estimulando os pesadelos de uns ou oferecendo uma boa noite de sono a outros que percebem algum humor no ridículo da paródia ao final do capítulo de um dia que reiniciará no seguinte, como acontece invariavelmente há bem uns 50 anos, levando muitos a acreditarem que essa novela sem fim da Globo só acabará quando a emissora encerrar suas transmissões.

Pois desde segunda-feira desta semana anteciparam o início da diária exibição dos capítulos dessa novela, lançando nova sequência com o título “Hora 1”. Dizem que a estreia  já é um sucesso, mas o comentário é suspeito, afinal neste horário não há nenhuma novela concorrente nos outros canais. Portanto, como as apresentações cotidianas das demais sequências continuam perdendo IBOPE para os telejornais das outras emissoras, os analistas concluem pela inevitável progressão da decadência desse gênero de novelas da Globo que desde o início deste século parece ter cansado ou enjoado o público. Não deixa de ser uma  produção barata de alto patrocínio por grupos políticos nacionais e multinacionais, mas com esse descaso público será que continuará pregando mentirinhas de 1º de Abril no meu amigo Pacheco que exatamente por não ser bobo se espanta com as tantas mentiras da Rede Globo?  

Não sei se em qual das sequências desses capítulos o Pacheco ouviu dizer que Jango teria prometido fazer as reformas de base "... Na lei ou na marra".  Na verdade pouco importa se nas diurnas, noturnas ou no lançamento da vespertina; pois de toda forma em respeito ao meu amigo que não é bobo e mesmos aos que porventura levem a Globo para dentro de suas casas, é preciso advertir que história é uma coisa e ficção de novela é outra. Mesmo tentando reproduzir algum fato real, nunca tem nada a ver com a verdade do que realmente aconteceu ou acontece.

O fato verdadeiro e real pode ser visto e apreendido por aqui: 



Já a ficção da Globo é ficção e não se pode exigir nenhuma verdade de quem não tem nem pretende ter qualquer compromisso com a verdade dos fatos, tampouco interesse comercial em divulgá-los

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

DE JOÃO GOULART A HENRIQUE PIZZOLATO

Inverno, Primavera, Verão ou Outono? Qual a melhor estação para o lançamento do último modelo de golpe político?

Raul Longo

Estou sendo reducionista, na verdade o golpe em permanente curso no Brasil teve início com Carlos Lacerda, o agente contratado para a execução do golpe postergado pelo suicídio de Vargas. Postergado, mas não descartado, aquele golpe permaneceu em cozimento até ser servido aos comensais em 1964.

Alguns o consideraram mal passado e voltou ao forno para recozimento de golpes aos golpistas. Chegou-se até a sugerir como atentado o acidente aéreo que matou Castelo Branco.

Ilação? Pode ser, mas não foi criada do nada. O odor transcende em qualquer parte do mundo onde o prato é assado sob a encomenda de experientes gourmets estrangeiros e nacionais.

Daí que concordo plenamente com o blogueiro Fernando Soares Campos quando afirma que isso de golpe político não é desfile de moda da temporada como acredita o também blogueiro Miguel do Rosário. Miguel não conheço, mas considero admirável embora, em acordo com o Fernando, considero que tenha concluído mal quando diz não haver, no momento, clima para golpe político no Brasil. Isso de golpe não é modelo de roupa que se troca de acordo com as variações climáticas de um dia a outro.

Não vou lembrar agora, mas em algum lugar já citei a ocasião e o nome do Senador dos Estados Unidos que em parlamento afirmou aos seus pares que àquele país se destinava à soberania sobre todos os demais das Américas, do Alaska à Patagônia. Os estadunidenses acreditam muito nas destinações imperialistas do próprio país e embora não recorde qual tenha sido, lembro também que essa pretensão de finais do século 19 foi confirmada em similar declaração pública de um dos mais recentes presidentes daquele país.

Não, não foi o Obama! Que me lembre, a princípio o Obama até tentou pôr alguma ordem nisso de “donos do mundo” e quem assistiu a transmissão da primeira visita do Netanyahu àquele presidente, ainda deve recordar como o premier israelense frigia na cadeira ao lado de um soberbo Obama exigindo a redução das fronteiras do Estado de Israel aos limites estabelecidos pela já espúria resolução da ONU de 1947. De lá pra cá os sionistas continuam avançando sobre os territórios ocupados e dizimando mulheres e crianças palestinas e bem passado mesmo ficou o Obama que jamais voltou a tocar do assunto. Pudera! Quem nesse mundo não está sujeito a sofrer um golpe político promovido por aqueles que detêm o grande capital. Mesmo que seja presidente dos Estados Unidos.

Todos os povos de culturas e religiões ancestrais acreditam que seus deuses criaram o mundo para uso exclusivo dos criadores desses mesmos deuses. Qualquer estudante de antropologia sabe disso e isso ocorre inclusive entre os índios brasileiros. E entre brancos que tomam terras de índios também, mas no caso do deus dos judeus sionistas a coisa se complica porque além das maiores instituições financeiras do mundo, detêm a indústria bélica, o comércio internacional de ouro e diamantes, e os principais conglomerados de condicionamento de massas humanas do mundo. Em todos os setores: cinema, TV e rádio, imprensa... Com tudo isso não há mito que não se torne realidade!

Associando-se o mito do divino legado mundial ao “povo escolhido” com a crença na destinação dos Estados Unidos de mandar no mundo, não há quem os convença a deixar de investir o capital e as armas na toma do que milenar e secularmente já consideram como próprio. Milenarmente pelo mito judaico-sionista e há dois séculos por aqueles que promoveram o mais longo genocídio da história da humanidade para ocupar, sobre o cadáver dos nativos, o território que decidiram como propriedade outorgada por mitos ou destinações, como sionistas se estabelecem sobre cadáveres de mulheres e crianças palestinas a que chamam de território ocupado.

Verdade que portugueses e espanhóis fizeram o mesmo no restante do continente. Ingleses e franceses também pelos mesmos Estados Unidos e o Canadá. Mas esses 25 milhões de vidas exterminadas pelo exército estadunidense é caso posterior a colonização do Império Britânico. Já era o princípio do chamado Império Americano no século XIX. Ali desapareceram dois mil diferentes idiomas. Histórica e culturalmente, a política estadunidense é massacrante ou golpista. E quem confirma isso pelo Youtube é o John Perkins, ex assassino-econômico da CIA que também parece não acreditar na necessidade de algum clima especial para os intentos de seu governo.

A história recente confirma: a opinião internacional era totalmente contrária à invasão do Iraque. Multidões foram às ruas do mundo contra a invasão, inclusive em países invasores como Inglaterra, Estados Unidos e Espanha. Os governos de duas das principais nações europeias, França e Alemanha, foram contra a invasão. A ONU condenou a invasão. As tais armas químicas eram negadas por observadores e especialistas internacionais e a farsa do 11 de Setembro só convencia aos tolos que até hoje acreditam no bicho papão das cavernas do Afeganistão.

A invasão do Iraque foi a última?

Qual clima determinou o golpe em Honduras? Até o Obama teve de fazer de conta de que não concordou com a deposição sem justificativa de Manuel Zelaya. Talvez não concordasse mesmo, mas em que importa a concordância deste ou daquele presidente para o capital dos sionistas?

Fernando Lugo terá sido o último presidente deposto no continente por um golpe de estado? Qual será próximo? Depende do clima? Que clima?

As Jornadas de Junho de 2013 que se estenderam até a Copa foi tentativa de criar um clima? Se o clima criado não foi suficientemente frio ou quente para um intervenção militar nem capaz de inverter os resultados das eleições deste ano, qual estação ou temporada devemos aguardar? O clima pode ser criado através de melhores e mais proficientes aportes e financiamentos de algum George Soros, o sionista judeu-húngaro naturalizado estadunidense? Quando custa um general? Ou meia dúzia de generais? Mais caro do que para derrubar um avião? E pra fabricar outro Joaquim Barbosa ou Roberto Rangel?... Quanto saí? Qual o custo para os sionistas judeus-brasileiros da família  Marinho ou para o sionista judeu-italiano Rupert Murdoch criarem um clima?

Pouco mais ou menos de um mês antes das Jornadas de Junho, as pesquisas de opinião pública indicavam o governo Dilma Rousseff como recordista em aprovação pública, superando o de Lula. Essa era a condição ideal para se tentar criar um clima de golpe?

De alguma forma faz lembrar o amigo e jornalista Ubaldino Pereira ao retornar de uma visita ao pai, exilado no Chile. Ubaldino voltou com a previsão do golpe ao Allende no mínimo meio ano antes de consumado. Não contou de nenhum clima entre o povo chileno que adorava Salvador Allende como pude conferir pessoalmente na década seguinte, já sob a ditadura de Pinochet. Ubaldino conviveu com políticos e lideranças da UP – Unidad Popular, o partido de Allende e pela tibieza da dúbia esquerda chilena pressentiu com muita clareza a oportunidade ideal para o golpe de 11 de Setembro de 1973.

Se esse é o clima necessário para a promoção de um golpe, me preocupa qual seja a diferença daquela esquerda chilena dos nossos radicais autoproclamados bolivarianos, marxistas, comunistas e únicos verdadeiros socialistas desta ou daquela linha? Em quantas linhas se dividem todos esses verdadeiros esquerdas, mais motivados por egolatria acadêmica quando não adolescente, do que por uma realidade que nunca vivenciaram nem a percebem, reiterando acusações à Lula e Dilma como agentes do capitalismo internacional. Se fosse o caso, porque o expert George Soros resolveu investir no improvável?

De fato, de radical em nossa esquerda apenas tem sido a união coesa à direita e à Mídia para condenar os “Mensaleiros do PT”. E nisso se assemelham ao mais ingênuo dos condicionados da classe média mais alienada ou reacionária. Igualmente jamais se perguntam sobre o que a Mídia não pergunta. Nunca ouvi dos trotskistas do PSTU algum questionamento quanto as inexistências de provas reconhecidas até pela própria Ministra Rosa Weber. Tampouco escutei dos stalinistas e leninistas do PC sobre materialidade do crime? Dos bolivarianos do PSOL não há nenhuma requisição da fortuna em dinheiro público desviado?

Onde está? Cadê? Enterrado na sala da casa geminada do Genoíno? Depositado numa conta de banco do Zé Dirceu na Suiça? Costurado aos fundilhos das calças do Delúbio? Ou o Barbosa e o Rangel propositalmente se esqueceram desse detalhe e dividiram o arrecadado descontando gordas comissões aos agentes da PF que tanto investigaram para que os dois afirmassem o desvio sem nunca apresentar o desviado.

Ante de concluir as investigações Sérgio Moro já mandou buscar o que foi desviado da Petrobrás na Suíça? Porque os defensores do povo, a vanguarda do proletário, os gramscianos intelectuais orgânicos não exigem a localização e devolução aos cofres públicos do que a Mídia garantiu ter sido desviado? Apenas por que a Mídia esqueceu de contar pra onde?

Quais serão os verdadeiros companheiros dos verdadeiros esquerdas do Brasil que usaram e abusaram de suas “autoridades” intelectuais ou de pretensas acuidades políticas para se comportar como qualquer ingênuo e alienado telespectador a papaguear ilações e manipulações da Globo, da Veja, do Estadão ou de qualquer um dos tantos produtos da Mídia sionista?

Desde seu princípio o movimento sionista internacional se aprimorou em promover centenas de farsas semelhantes e até conseguiram a aprovação da ONU para a criação de um estado espúrio em território alheio, mas nossa perfunctória esquerda parece não conseguir questionar dialeticamente a matéria dessa história.

Serão de fato tão pró palestinos quanto fazem parecer quando desfilam sob hatas vermelhas em sinal de protesto as invasões e massacres em Gaza?

E agora que Henrique Pizzolato comprovou a Justiça Italiana que a principal acusação ao que -- de Antônio Carlos Magalhães até o Joaquim Barbosa -- foi chamado de maior esquema de corrupção da história política do Brasil,  não passou de farsa? Como explicam suas conclusões através dos processos do racionalismo científico, do materialismo histórico, da dialética, da consciência política, para insistirem no coro das acusações da direita?

Primeiro, fizeram a historia e depois colocaram os personagens.” – declarou Pizzolato ao jornal O Estado de São Paulo, um dos que o atacou previamente embora ao menos tenha tido o cuidado de entrevistá-lo após sua absolvição pelos juízes italianos que analisaram os documentos apresentados como provas da improcedência das acusações a ele e seus companheiros condenados no Brasil. Ignorando essas provas, Joaquim Barbosa cumpriu seu papel nessa história e Pizzolato promete denunciá-lo aos tribunais internacionais.

Problema do Barbosa! Quando a Mídia, continuará pagando com o crescente descrédito público que há 4 eleições derrota seus candidatos. Mas e aquele blogueiro que escreveu que o PT trocou a ideologia pela governabilidade? E a jornalista bolivariana que acusou Lula de comissionado para acobertar corrupção? E os militantes do socialismo real? O comunista revolucionário? Esses poderão identificar o personagem que representaram na história criada pelos roteiristas da farsa do Mensalão?

Se há ou não clima nacional ou internacional para golpe, não sei, mas me parece que o assunto está para a culinária do que para a alta costura. E o que realmente importa são os ingredientes dos quais nossa dispensa é bem provida desde o descobrimento e nos últimos tempos foi ainda mais enriquecida por alguns novos pertences que já vêm sendo cozinhados pela Mídia: Pré-Sal, geopolítica continental e composições econômicas internacionais com países não alinhados aos interesses anglo-sionistas.

A receita é bem simples: ao abundante exclusivismo de uma classe média inculta e inconsequente, misturasse preconceitos e racismos de uma minoria elitista conservada na escravatura e no coronelismo. Bate tudo no liquidificador cotidiano da Mídia adicionando pitadas de pseudo intelectualismo de um Jabor, Reinaldo Azevedo, Ferreira Gullar e condimentos similares.

Depois é só temperar com pitadas de cretinices de Cabeças de Aluguel como as de um Lobão ou Olavo de Carvalho, e deixar dourar em fogo brando ao forno de meia dúzia de generais subsidiados pela Dow Chemical ou Shell Standart Oil, Se preferir um paladar mais light, utilize uma rede de ONGS ambientalistas e políticos financiados pelo capital do sionismo nacional, com leves toques de origens populares. Aí é só servir com o auxílio ou a inércia de uma esquerda incoerente. Para apurar o sabor dê preferência àquelas que adoram pousar para os holofotes da Mídia, mas parcimoniosamente e só quando passam ao ponto de acusar aos quem em realidade a Mídia degrada.

Difícil detectar em que essa esquerda brasileira se difere ou mais se assemelha à direita, se é na estupidez ou na hipocrisia, mas seja no que for a cada segundo turno das eleições dos últimos 12 anos de um governo que ambas acusam, a direita continua se comprovando muito mais eficiente. Afinal, se as acusações são as mesmas e a Mídia glamouriza até a mais radical das esquerdas que se disponha a acusar o governo, por que nesses ainda não conseguiram se apontara sequer como terceiros colocados no primeiro turno? Será que é para não desandar a maionese ou embatumar o bolo?

Tais dúvidas me remetem à outra conversa com um cubano a quem perguntei o que imaginava que teria acontecido ao seu país se uma das 638 tentativas de assassinato do Fidel Castro houve alcançado êxito. Sorriaao responder com total firmeza: - Fidel no hace miedo a nadie. Mucho menos nuestro ejército. Pero nosotroscubanos...”

Não precisou dizer mais nada. Apenas com aquela expressão me fez entender porque uma década de governo do PT ainda não foi suficiente para que outra representação de esquerda disputasse o segundo turno. Para isso terão de despir seus egos dos anacrônicos e estéreis “ismos” se quiserem começar a se entender como“nosotros brasileños” como fez toda a esquerda cubana reunida em torno de Fidel, tão logo se deu a vitória da guerrilha de Sierra Maestra a que muitos criticaram severamente durante toda a revolução. Inclusive o PC cubano.

Dessa forma, depois de décadas de prostituição e degradação na subserviência de empregos subalternos em cassinos e hotéis no paraíso das drogas de veranistas estadunidenses, se formou um povo e uma sociedade que mesmo depois de 6 décadas de embargo econômico e 2 décadas após o fim da União Soviética, “nosotros cubanos” se tornaram tão indigestos aos Estados Unidos que preferem atravessar o planeta para invadir o Afeganistão a dar um passo mais largo para atravessar o Caribe.  

Já no caso brasileiro, Miguel do Rosário que me desculpe, mas estamos cada vez mais apetitosos. E com os talheres oferecidos por nossa esquerda que de foice e martelo só conhecem as das clássicas bandeiras e pouco convivem com de realidades locais como a do MST, difícil acreditar que em no forno dos golpes em qualquer parte do mundo não se esteja alguma encomenda para ser servida no Brasil a qualquer momento e sob qualquer clima. Bem apimentado como um bom vatapá no verão baiano.

Estão servidos?